terça-feira, 26 de junho de 2012

Juvenal diz que seria bom treinador: 'Quando a coisa aperta, me chamam'

Juvenal Juvêncio São Paulo (Foto: divulgação / vipcomm)Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo
(Foto: divulgação / vipcomm)

Além de se julgar extremamente competente, o presidente Juvenal Juvêncio, sempre que pode, gosta de exibir o seu lado folclórico. Durante a entrevista coletiva que concedeu para explicar a saída de Emerson Leão do São Paulo, o dirigente, quando questionado se faria sucesso como o homem do banco de reservas, não teve dúvidas. Pelo que falou, seria apenas questão de tempo para a equipe recuperar o caminho dos títulos, o que não acontece desde 2008.

– Eu seria (um bom técnico). Olha, naquele tempo em que podia entrar no campo, o diretor ficava sentado no banco, ajudava. Se ele tiver autoridade, conhecimento, muda. Muda o jogo durante a partida. Eu tenho história nisso aí. É difícil, você sofre mais do que os outros. Acho que seria um bom técnico. Até porque os jogadores falam muito comigo, me ouvem muito. Quando a coisa aperta, eles chamam o Juvenal – afirmou o dirigente.

Juvenal, na grande maioria do tempo, não interfere no trabalho do treinador. O que fez com Leão no caso Paulo Miranda não é comum de acontecer. Porém, em momentos nos quais ele julga importante, costuma ter conversas reservadas com elenco, sem a participação de outros membros da diretoria ou da comissão técnica.

Acho que seria um bom técnico. Até porque os jogadores falam muito comigo, me ouvem muito. Quando a coisa aperta, eles chamam o Juvenal"

Juvenal Juvêncio

Isso ocorreu, por exemplo, antes da partida de volta contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil, no estádio do Morumbi. Após perder o jogo de ida por 1 a 0, em Campinas, o time entrou em campo com a obrigação de vencer por dois gols de diferença. Saiu perdendo por 1 a 0, mas teve forças para reagir e marcar os três gols que garantiram a classificação.

– Antes daquele jogo, a conversa foi fechada, só comigo. Tenho um contato muito forte com os atletas. Naquela partida, além de futebol, tivemos alma e coração. Tinha atleta no vestiário que mal tinha força para andar. Esse tipo de coisa faz a diferença no futebol de hoje – ressaltou o mandatário tricolor.

Juvenal reconhece que do seu camarote na presidência não consegue fazer muito para ajudar o time. Ele sofria em ver o fraco futebol do time de Leão. Mas lembrou que isso não foi exclusividade do ex-técnico.

– Em 2003, quando era diretor de futebol do Marcelo (Portugual Gouvêa, ex-presidente, que morreu em 2008), ele me avisou que iria colocar o Rojas como técnico. Então coloquei o Milton Cruz junto para ajudar. Nos jogos, o chileno ficava sozinho no banco e era uma tragédia. Futebol não é fácil, não se ensina na escola. É preciso ter sabedoria para ter sucesso – finalizou.

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Após a saída de Leão, Milton Cruz comanda treino do São Paulo no CT

Milton Cruz e Lucas em treino do São Paulo (Foto: Divulgação / Site oficial do São Paulo)Milton Cruz conversa com Lucas no CT da Barra
Funda (Foto: Divulgação / Site oficial do São Paulo)

Enquanto a diretoria corre atrás de um treinador para substituir Emerson Leão, o auxiliar técnico Milton Cruz começou seu trabalho como interino na tarde desta terça-feira, no CT da Barra Funda. Houve uma atividade com bola em campo reduzido que teve a duração de aproximadamente uma hora. Até a partida do próximo sábado, contra o Cruzeiro, no estádio Independência, em Belo Horizonte, ele comandará mais treinos, todos pela manhã, até definir a equipe que entrará em campo em busca da reabilitação.

– Foi um trabalho mais para relaxar. Os jogadores ficaram chateados com a saída do Leão, que era o comandante e estava com a gente há bastante tempo. O pessoal gostou do treino, todo mundo foi bem. Isso é importante e aos poucos vamos passar o que queremos – afirmou o interino, em entrevista ao site oficial do time do Morumbi.

Milton Cruz tem uma campanha apenas razoável como interino da equipe. Até agora, em todas as vezes que sentou no banco de reservas, o time disputou 16 partidas e conquistou seis vitórias, seis empates e quatro derrotas, o que dá um aproveitamento de 50% dos pontos disputados.

O interino assume o time tendo sido um dos alvos do protesto da torcida organizada, no último sábado, no estádio do Canindé, na partida contra a Portuguesa. Eles o filho de Milton Cruz, Tadeu, de ser agente Fifa e ser empresário de um atleta das categorias de base do São Paulo, o meia Mirrai.

Na entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, no CT da Barra Funda, o presidente Juvenal Juvêncio saiu em defesa de seu funcionário.

– Houve uma polêmica aí com o Milton na última partida, mas ela não procede. Ele é um cara íntegro, competente e nos ajuda bastante. Vai ficar no time enquanto nós procuramos um novo treinador – ressaltou Juvenal.

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Milton Cruz treino São Paulo (Foto: Divulgação / Site oficial do São Paulo)Milton Cruz fala com os jogadores antes do treino (Foto: Divulgação / Site oficial do São Paulo)



Belletti concorda com a saída de Leão: 'Alguém tinha que pagar'

Terminou na manhã desta terça-feira o ciclo de Emerson Leão no comando do São Paulo. O treinador ficou oito meses, não conquistou título e, após a eliminação da Copa do Brasil e uma derrota para a Portuguesa no Brasileirão, o presidente Juvenal Juvêncio resolveu demitir o técnico. Atitude acertada na visão do ex-jogador Belletti.

- Pelo momento que o São Paulo vive alguém tinha que pagar. Sendo eliminado pelo Coritiba, aumentou ainda mais a pressão. Era a decisão a ser tomada. Se vai dar certo ou não nós vamos saber em alguns jogos. Pelo momento, para dar uma tranquilizada, acho que foi certo - afirmou o ex-jogador no "Arena" desta terça.

Já o jornalista Marco Antônio Rodrigues mostrou-se contrário a constante troca de treinadores feitas pelo São Paulo. O comentarista acredita que o treinador estava fazendo um bom trabalho e que deveria ser mantido no cargo.

- O São Paulo passou a ser um time dirigido da média para baixo. Não sou o maior fã do Leão, mas acho que ele fazia um bom trabalho no São Paulo. Outros treinadores também não deram certo. Sou completamente contra (esta mudança) - afirmou.

Os internautas seguiram a mesma linha de pensamento de Marco Antônio. Perguntados se o São Paulo acertou ao demitir Emerson Leão, 73% dos votos indicaram que não. Somente 27% dos participantes concordaram com a atitude tomada pela diretoria do Tricolor Paulista.



Juvenal reconhece que mandou Leão tirar Paulo Miranda da equipe

Paulo Miranda do São Paulo (Foto: Anderson Rodrigues/Globoesporte.com)Afastamento de Paulo Miranda, em abril, não teve
aval de Leão (Foto: Anderson Rodrigues)

Durante os oito meses em que Leão trabalhou no São Paulo, o momento mais turbulento, sem dúvida nenhuma, ocorreu após a eliminação no Campeonato Paulista. Três dias após perder para o Santos por 3 a 1, no Morumbi, a diretoria decidiu que o zagueiro Paulo Miranda não poderia ser utilizado pelo treinador nos duelos contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil. Leão foi contra, mas não teve outra alternativa, a não ser aceita tal imposição.

O presidente Juvenal Juvêncio confirmou que houve interferência no trabalho de Leão em relação a Paulo Miranda.

- Houve intromissão sim. Chamei o Leão, o João Paulo (Jesus Lopes, vice de futebol) e o Adalberto (Baptista, diretor de futebol) e falei para o treinador: "Você vai escalar o Paulo Miranda?" Ele me respondeu que sim. Eu disse que ele havia ido mal e perguntei se não seria bom o Leão repetir o que havia feito com outros atletas. Ele disse que não pensava nisso. Então respondi: "Você não vai usar. Não vai escalar porque a diretoria não quer" – afirmou o dirigente são-paulino.

Na coletiva que concedeu após confirmar sua demissão, Leão reconheceu que daquele episódio para frente, as coisas ficaram mais conturbadas.

– Houve uma divergência séria sobre o Paulo Miranda. Eu não concordava, na oportunidade foi falado uma coisa e depois aconteceu outra. Eu banquei a presença do atleta como titular da equipe – ressaltou o treinador, que em passado recente, já havia dito que era complicado os dirigentes afastarem um jogador que havia sido contratado pelas mesmas pessoas no final do ano passado.

Juvenal disse que além da desorganização da equipe em campo, resolveu demitir Leão porque só agora, com seis meses de temporada 2012 e com duas eliminações nas costas, ele reconheceu que precisava mexer na equipe.

– Hoje, antes de vir falar com vocês, parece que ele disse que faria modificações radicais na equipe. Depois que a Inês é morta, fica fácil. Ele tinha de ter visto isso anteriormente, reagiu tarde – criticou.

Agora sob comando de Milton Cruz, Paulo Miranda corre o risco de perder seu lugar na equipe titular do São Paulo no próximo sábado, na partida contra o Cruzeiro, no estádio Independência, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro.



Villas-Boas recusa convite tricolor, e diretoria admite abrir cofre por técnico

André Villas-Boas, no Engenhão (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)André Villas-Boas, que esteve no Brasil, recusou
oferta tricolor (Foto: Rafael Cavalieri)

Insatisfeito com o trabalho de Emerson Leão, a diretoria do São Paulo, há dois meses, iniciou conversas com o português André Villas-Boas, que em 2011 foi demitido do Chelsea. Por iniciativa do publicitário Rui Branquinho, ocorreu uma reunião entre o diretor de futebol, Adalberto Baptista, e o empresário do treinador, Carlos Gonçalves. O português aprovou o convite, mas deixou claro que gostaria de traçar um planejamento para começar seu trabalho em janeiro de 2013, o que não foi aceito pelo São Paulo.

– O português respondeu hoje que não aceita, ele quer planejar mais um pouco, e eu não tenho tempo para esperar. É difícil trazer um técnico de fora. Até ele pegar o jeito, a vaca foi para o brejo, o barco afundou. Aqui no futebol brasileiro, você tem de ganhar a próxima partida. Agora, vamos para a guerra, vou atrás de um técnico. O Leão já estava na hora de sair. Enquanto isso, o Milton Cuz fica como interino – afirmou o dirigente.

A partir de agora, o São Paulo sabe que não pode errar na escolha do seu treinador. Desde a saída de Muricy Ramalho, em 2009, cinco treinadores já passaram pelo clube (Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista e Emerson Leão). Nenhum conquistou títulos, o time não disputa uma Taça Libertadores desde 2010 e a média de troca no comando é de uma a cada cinco meses.

Juvenal Juvêncio reconheceu que pode procurar treinadores empregados no mercado.

– Posso pegar alguém que esteja empregado, até porque se estiver desempregado, não serve. Vou tentar errar o menos possível. É um risco enorme, mas vou procurar. Oxalá com a chegada de um zagueiro de primeira linha e um técnico capaz de enxergar o jogo, fazer mudanças no intervalo e ter o controle de tudo que está acontecendo, poderemos brigar fortemente – ressaltou.

Uma importante fonte da diretoria deixou claro que agora a história é diferente. Se precisar investir alto para contratar um treinador, o clube irá abrir seus cofres e vai contratar.

– A torcida não vai aceitar uma nova decepção. Por isso, chegou o momento de pensar bem, examinar, conversar e tomar a atitude certa – falou essa fonte.

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