terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

São Caetano x São Paulo: ingressos à venda para o duelo desta quarta

O São Caetano colocou à venda os ingressos para o duelo com o São Paulo, nesta quarta-feira, às 19h30m, no Anacleto Campanella. O clube disponibilizou 10 mil entradas, que podem ser adquiridas em oito pontos de venda até o início do segundo tempo.

Valor dos ingressos
Setor coberto - R$ 60 (meia-entrada, R$ 30)
Arquibancada para torcedores do São Caetano - R$ 40 (meia, R$ 20)
Arquibancada para torcedores do São Paulo - R$ 40 (meia, R$ 20)

Pontos de venda
- A.D. São Caetano
Rua Eduardo Prado, 08 - Cerâmica - São Caetano do Sul
- Vadinho Esportes
Rua Visconde de Inhaúma, 1123 - Vila Gerty - São Caetano do Sul
- Shalako Calçados
Rua Visconde de Inhaúma, 1117 - Vila Gerty - São Caetano do Sul
- Revistaria do Ponto
Rua Pinheiro Machado, 42 - B. Santa Paula - São Caetano do Sul
- Estádio do Pacaembu
Praça Charles Miller, sem número - São Paulo
- Ginásio do Ibirapuera
Rua Manuel da Nóbrega, 1361 – Ibirapuera - São Paulo
- Ginásio de Esportes José Corrêa
Avenida Guilherme P. Guglielmo, 100 - Barueri
- Estádio Anacleto Campanella
Av. Walter Thomé, 64 – São Caetano do Sul



Atacante Wallyson será liberado para treinos com bola na próxima semana

wallyson treino são paulo (Foto: Reprodução/Instagram)Wallyson faz treino físico no CT da Barra Funda
(Foto: Reprodução/Instagram)

O técnico Ney Franco ganhará nos próximos dias mais uma opção para escalar o ataque do São Paulo. Wallyson, ex-Cruzeiro, está em fase final de melhora do condicionamento físico e ficará livre no início da próxima semana para as atividades com bola.

O jogador pasará por uma avaliação no jogo-treino contra a Portuguesa, segunda-feira, no CT da Barra Funda. A intenção da comissão técnica é observar qual o estágio físico e técnico do artilheiro da Libertadores 2011.

- Ele está terminando a fase de transição do trabalho físico para o trabalho com bola. Vai ser a primeira oportunidade de fazer uma avaliação – afirmou o treinador.

Ney Franco, porém, ainda não sabe quando poderá utilizar o atacante em partidas oficiais - ele está inscrito na Taça Libertadores. Ele está fora desde novembro, quando precisou passar por uma cirurgia no tornozelo esquerdo e ficou fora das últimas partidas do Campeonato Brasileiro pela Raposa.

A recuperação atrasou ainda mais em virtude da demora no acerto com o São Paulo. O clube esperou o vencimento do acordo dele com o time mineiro, em dezembro, para acertar os detalhes restantes, o que aconteceu somente no dia 11 de janeiro.

O ataque é um dos setores carentes do São Paulo em 2013. Estão à disposição apenas os titulares Luis Fabiano e Osvaldo, além dos reservas Aloísio e Ademilson.



Agora titular, Ganso afirma: ‘Ótima oportunidade de mostrar o que sei’

Paulo Henrique ganso são paulo coletiva (Foto: Marcos Guerra)Ganso comemora chance como titular
(Foto: Marcos Guerra)

Paulo Henrique Ganso está de volta ao time titular do São Paulo. Depois de uma boa atuação diante do Ituano, com direito a gol salvador aos 43 minutos do segundo tempo, o meia recebeu nova chance do técnico Ney Franco. O treinador cobrou que o meia chamasse a responsabilidade no jogo, e assim Ganso prometeu fazer diante do São Caetano, nesta quarta-feira, às 19h30m, no Anacleto Campanella.

- É o momento que todo atleta quer. É uma oportunidade muito boa de mostrar a minha vontade aqui no São Paulo, que é de atuar e mostrar o que eu sei. É um momento muito bom. O elenco do São Paulo é muito forte e cada um aqui dentro tem a sua oportunidade. Chegou a minha chance, e espero aproveitar da melhor maneira possível - disse Ganso.

Ganso teve duas oportunidades como titular do time principal neste ano - também iniciou partidas à frente do “time B”. Agora, porém, Ney Franco quer ver o meia ter uma série na equipe principal para ele enfim chegar ao ritmo do restante do elenco.

Em evolução, Ganso marcou dois gols neste ano, ambos de cabeça. O meia espera dar sequência ao crescimento e voltar a fazer gols, de cabeça ou não.

- Fiz alguns gols de cabeça no Santos, mas é a primeira vez que faço dois seguidos assim. É uma coisa nova para mim. Espero manter essa média e continuar colocando a bola para dentro do gol. Quero sempre ajudar o São Paulo da melhor maneira.



Adriano não consegue gerenciar sua vida, revela ex-empresário

O caso Pistorius chocou o mundo do esporte. O fato do corredor paralímpico ter confessado atirar na namorada alegando que a teria confundido com um invasor gerou um debate sobre o comportamento dos ídolos que surgem no esporte. Para o ex-jogador Gilmar Rinaldi a fama pode alterar a personalidade de um atleta, principalmente no caso do futebol. Ex-empresário de Adriano, Gilmar revela que o jogador, que passou por fases conturbadas em sua carreira, não teve um acompanhamento psicológico adequado e não consegue gerenciar sua vida (assista ao vídeo).

- O Adriano teve uma fase fantástica de aprendizado, amadurecimento, é uma pessoa maravilhosa, mas ele acaba não conseguindo gerenciar sua própria vida. Não sei se ele realmente sabe o que quer, porque se você perguntar para ele se ele queria ir à Copa do Mundo, acho que ele teria dúvidas, acho que ele não quis ir. Tínhamos uma relação quase de pai e filho e eu tinha a obrigação de falar isso para ele, mas a aceitação é que muda, na época ele me ouvia muito, depois ouvia menos. Meu relacionamento com o Adriano e com a família dele era muito franco e direto, sempre dei minha opinião e não gosto muito de rodeios e é claro que eu sou chato por isso, então, muitas vezes ele se incomoda. O ídolo tem que saber dizer não para que as coisas tenham um equilíbrio - revelou.

Adriano se despedindo do Flamengo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Adriano rescindiu o contrato com o Flamengo e se afastou do futebol (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)

Gilmar ainda lembra que sempre foi favorável que seu atleta tivesse um acompanhamento com um psicólogo, porém o erro foi no perfil do médico escolhido pelo clube em que Adriano atuava na época, o Internazionale.

- Ele chegou a ter algumas consultas com um médico indicado pelo Inter, que fiz questão de conhecer. Percebi que o clube errou ao escolher um médico com o perfil totalmente errado, ele era estranho ao meio do futebol. Quando ele veio para o São Paulo, uma das condições que eu coloquei para ele e para a mãe dele era que fizesse um acompanhamento psiquiátrico. Ele teve uns dois ou três meses fantásticos.

Por experiência própria, Gilmar afirma que os clubes deveriam incorporar o acompanhamento psicológico ao departamento médico. Segundo ele, essa é a melhor forma dos times criarem novos ídolos no Brasil, com o apoio de profissionais qualificados.

- Você apontar um psicólogo para um jogador é uma maldade, opinião de um ex-jogador que viveu o vestiário, porque você apontou o louquinho da turma. Você tem que inserir isso como uma coisa natural, porque se não o psicólogo vai ser rejeitado. Para isso, tem que ter a habilidade da direção de contratar uma pessoa que não seja estranha a esse mundo do futebol, que tenha essa linguagem, que saiba entender um pouco. Se não, você vai colocar um estranho no ninho e vai fazer o efeito contrário.

gilmar rinaldi twitter adriano (Foto: Reprodução/Twitter)Gilmar Rinaldi ao lado da mãe e da avó de Adriano
(Foto: Reprodução/Twitter)

Adriano nasceu e foi criado na Vila Cruzeiro, uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro. Desde que surgiu, em 2000, seu vigor físico e força chamaram a atenção e o atacante logo fez fama internacional. Na Itália, o jogador ficou conhecido como "O Imperador", em alusão ao imperador romano Adriano, e conquistou títulos importantes pelo Inter de Milão. Entretanto, logo após o falecimento de seu pai, a carreira do jogador começou a declinar. Adriano se atrasava constantemente para os treinamentos e muitas vezes nem se apresentava. Para Gilmar, foi nessa época que o clube italiano pecou e as coisas começaram a piorar.

- Tive uma conversa com o presidente da Inter porque eles estavam acabando com meu trabalho. Tudo que eu falava não, eles diziam sim, como nas reapresentações. Estava tudo armado para ele chegar na hora, faltando três horas para o voo, ele ligava para o presidente e negociava uma nova data. O jogador sabe qual é o limite dele, quando esse limite é quebrado sucessivamente quer dizer que ele não tem mais limite.

Em 2009, Adriano declarou que pretendia parar de jogar por um tempo indeterminado, pois tinha perdido a alegria de jogar futebol. Porém ele foi contratado pelo Flamengo e conquistou o título do Brasileirão daquele ano. Os problemas pessoais persistiam, a falta de cuidados com a condição física, também. O jogador eventualmente admitiu sofrer de constantes problemas devido ao alcoolismo, um suposto envolvimento com um traficante de drogas e uma polêmica onde uma mulher foi baleada na mão dentro de seu carro. Atualmente sem clube, o jogador tenta se manter longe de confusão.

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Com Fabrício e Cañete na lista, São Paulo leva 19 jogadores ao ABC

Volante Fabrício, do São Paulo (Foto: Site oficial do São Paulo FC)Fabricio é relacionado pela segunda vez seguida
(Foto: Site oficial do São Paulo FC)

O técnico Ney Franco relacionou 19 jogadores do São Paulo para a partida contra o São Caetano, nesta quarta-feira, às 19h30m, no estádio Anacleto Campanella, pelo Campeonato Paulista.

O grande desfalque da lista é o zagueiro Paulo Miranda. Ausente também da vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, ele passará por uma cirurgia no joelho esquerdo na próxima quinta-feira. A previsão é de que fique fora dos gramados entre quatro a seis semanas.

Já o volante Fabricio volta a aparecer na relação. O jogador também estava na lista do confronto anterior e aguarda por uma chance na equipe principal. Ney Franco não revelou a escalação, confirmado apenas a permanência de Douglas e a entrada de Ganso.

O meia argentino Cañete volta a ficar à disposição. Ele cumpriu suspensão automática pela expulsão contra o Guarani e retorna, possivelmente na reserva. Os atacantes Negueba, em recuperação de uma cirurgia no joelho direito, e Wallyson, aprimorando a parte física, também não atuam.

Confira a lista de relacionados do São Paulo:

Goleiros: Rogério Ceni e Denis
Zagueiros: Lúcio, Rhodolfo e Rafael Toloi
Laterais: Douglas, Cortez, Thiago Carleto
Volantes: Wellington, Denilson, Rodrigo Caio e Fabrício
Meias: Jadson, Cañete, Ganso e Maicon
Atacantes: Osvaldo, Luis Fabiano e Aloísio



Dinheiro, fama e mudança de hábito: profissionais apontam falhas na base

mattheus adryan seleção brasileira sub-20 (Foto: Alexandre Durão/Globoesporte.com)Companheiros de Fla, Adryan e Mattheus treinam
com a seleção (Foto: Alexandre Durão)

Em meio à disputa do Sul-Americano sub-20, na Argentina, Mattheus é solicitado para dar entrevistas. Insatisfeito por ser sempre lembrado como “filho de Bebeto”, ele avisa - via assessoria de imprensa - que não falaria com jornalistas brasileiros e estrangeiros caso continuasse tendo seu nome vinculado ao do pai. Rafinha, do Barcelona, também não gostava de ser comparado com o pai Mazinho, companheiro de Bebeto na conquista da Copa de 1994 com a Seleção.

Em Minas Gerais, Leleu é convocado para treinar com os profissionais, ainda em 2012. Aproveita a oportunidade e aparece com novo penteado, pintando o cabelo de loiro. A comissão técnica dá um puxão de orelha, e o jogador retorna à atividade da tarde com um corte mais discreto. O brinco, porém, não sai da orelha.

Um dos destaques do Santos na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, Neilton costuma valorizar o visual, muito parecido com o de Neymar. O mesmo faz Gabigol, que garante ter um moicano mais bonito que o do craque santista.

Os exemplos são apenas alguns da atual geração sub-20, que cada vez mais cedo ganha espaço entre os profissionais e destaque na mídia, aumentando sua remuneração e o faturamento dos clubes com venda para o exterior. A eliminação precoce da seleção no Sul-Americano da categoria - não conseguindo ficar entre os três primeiros em um grupo de cinco - fez surgirem críticas e dúvidas sobre o comportamento dos atletas. A primeira partiu do próprio técnico Émerson Ávila, que afirmou:

- O jogador hoje em dia tem muito poder no futebol. Talvez isso aconteça por concessões que o clube acaba fazendo.

Diante deste cenário, o GLOBOESPORTE.COM ouviu jogadores, técnicos, dirigentes, psicólogos e empresários e visitou treinos dos juniores dos quatro principais times do Rio de Janeiro, além de ouvir histórias e depoimentos em outros clubes grandes do país. Jogadores se defendem, treinadores apontam falhas em certas posturas, empresários tentam evitar jovens problemáticos e psicólogos procuram estudar até a estrutura familiar para traçar metas e evitar deslizes no meio do caminho. A ascensão meteórica e o crescimento socioeconômico parecem ter mudado o comportamento dos jogadores na base. E será que estão tomando o cuidado devido com eles?

Dunga técnico Inter (Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)Dunga, técnico Inter, faz críticas à base
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)

- Eu acho que tem que trabalhar mais a cabeça de quem os comanda. É muito fácil colocar a responsabilidade em cima dos moleques. Tem que cobrar de quem os comanda, quem dá regalias, quem dá esses salários, quem cobra deles. Depois que dá errado, é muito fácil dizer que o menino está errado. É que nem um filho. Se você não educá-lo, depois não adianta dizer que ele está errado. Essa é uma das minhas broncas no Inter - disse Dunga, ex-treinador da Seleção e atual comandante do Colorado.

O Flamengo forneceu um exemplo de comportamento de jovens da base e de quem os comanda. No fim de um treino no Ninho do Urubu, em uma conversa entre juniores e recém-promovidos aos profissionais, Rodolfo conta que, ao chegar de carro, o porteiro perguntou a ele e a Rafinha se eram atletas - procedimento para a identificação de quem entra e sai do CT. Rafinha, sorrindo, complementa que fechou o vidro da janela do carro e seguiu.

Os dois receberam de volta gargalhadas e a frase de um dos integrantes da comissão técnica da base: “Ele não vê jornal?”. O episódio foi dias antes da vitória por 4 a 2 sobre o Vasco, partida em que Rafinha de fato se destacou.

- Nesse dia nós chegamos e demos bom-dia. Aí, ele (o porteiro) nos deu a plaquinha (do estacionamento) e perguntou se éramos atletas. Nós rimos e fomos embora. Passamos todo dia por ele, e via nossa cara. Com certeza éramos atleta - contou Rodolfo. 

A psicóloga dos juniores do Botafogo, Michele Melhem, não citou casos específicos, mas explicou como agir no convívio diário ao ser questionada sobre o excesso de brincadeiras das comissões técnicas com os jogadores na base.

- É importante não perder a interação, a relação de brincadeira, ainda mais nos juniores, porque consideramos que eles não estão prontos. Mas é extremamente pertinente o que está dizendo, tem que saber a hora de dar a bronca, ser mais duro, falar com seriedade. Mas a brincadeira existe até no profissional, como um estilo para formar um espírito coletivo de grupo.

13_02_Info_DEPOIMENTOS_BRANCO (Foto: Infoesporte)

Brincadeiras à parte, os jogadores fogem do discurso comum e monossilábico quando o assunto é o vai e volta da base. Quem tem a possibilidade de treinar no time de cima costuma reclamar ao ter de retornar.

- O que atrapalha mesmo é o psicológico do jogador. A gente almeja aquilo desde cedo, e, quando chega lá, tem que descer... O pessoal desce até um pouco desanimado, porque quer ficar lá (no profissional) para sempre - contou o lateral-direito Igor Julião, de 18 anos, que atua no Fluminense e evita o estilo boleirão de se vestir.

O contato com ídolos é acrescido ao deslumbramento com a nova vida. E os treinadores creem que isso foge do controle, acreditando que pode existir certo descompromisso com a base.

- Às vezes eles pensam que viraram jogadores (profissionais). Vemos acontecer essa falta de compromisso, ou com clube ou com a seleção sub-20, o que nos deixa chateados. Aqui no Fluminense tentamos interferir no processo. Não é fácil, tem muita coisa de fora que interfere. É uma briga de cachorro grande. Nós queremos puxar para um lado e muita coisa puxa para outro - opina Marcelo Veiga, técnico dos juniores do Fluminense.

Ideia parecida tem Cleber dos Santos, treinador do Flamengo.

- Os jogadores estão sendo aproveitados muito precocemente. Uma cobrança muito grande para os jogadores de 15 a 17 anos, de apresentarem um rendimento de profissionais. E essa cobrança pelo rendimento também altera o comportamento. Eles veem como espelho os jogadores do profissional, que têm um comportamento diferente dos da base pelo salário, pelo local onde moram, pelo status social. Então esses jogadores, quando começam a ter esse tipo de cobrança, se acham no direito de se comportarem da mesma maneira que os profissionais. Vejo que isso é uma bola de neve. Pela cobrança, pelo espelho nos jogadores do profissional, que têm muitas regalias... Os jogadores da base veem isso como uma forma natural, como tem acontecido ultimamente - disse.

A possibilidade de maior remuneração é demonstrada de diversas maneiras no mundo das categorias de base. Em um treino do Vasco, um funcionário avisava que teria de conversar com Jhon Cley - que trabalhava com os juniores após um período entre os profissionais. E ouve de outro jogador, em tom de brincadeira: “Já vai sufocar”, uma maneira de dizer que faria um pedido de ordem financeira. No Flamengo, houve episódio semelhante: um funcionário aproximou-se da lateral e brincou com um atleta: “Quando estiver lá (no profissional), vai me dar um carro de presente”.

Muito dinheiro

Então entra o dinheiro. Nos juniores, os atletas recebem em média de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Em casos extremos de promessas com potencial, os salários podem alcançar valores próximos de alguns profissionais. Isso faz com que se tornem comuns, em treinos dos jovens, tênis extravagantes e chuteiras com cores chamativas - geralmente cedidos por fornecedores de material com quem eles já têm contrato ou oferecidos pelos empresários - além de celulares de última geração e cordões de ouro. E às vezes o comportamento sai dos treinos e vai para as redes sociais.

Renan, apelidado de Panterinha por ser filho do ex-atleta Donizete Pantera, postou no Twitter que havia gastado R$ 1.800 em uma boate. Cobrado por alguns torcedores na rede social, o meia do Flamengo respondeu com um novo post: “Não sou nenhum Adriano da vida, não! Não sei nem o que é esse dinheiro. Era só zoação. Quem me dera ter 1.800”.

Twitter do Panterinha, filho do Donizete Pantera Adriano (Foto: Reprodução / Twitter)Panterinha diz que declaração no Twitter foi brincadeira e cita Adriano (Foto: Reprodução / Twitter)

Atual treinador da base do Botafogo, Anthony Santoro faz uma comparação com duas promessas do Fluminense da época em que trabalhou por lá.

- O Lenny uma vez chegou a um treino com um Audi, um carrão. Foi lá nos ver em Xerém. Ele não vinha de um momento bom no profissional. Veio com a calça camuflada, cheio de cordão, óculos de dar inveja em mulher. Falei que era o momento de passar despercebido. Disse: “O momento não está bom para você. Chega mais tranquilo, reservado, para não virar o holofote para você”. Ele só ouviu. No dia seguinte, chegou o Marcelo, com um Peugeot 206, bermudinha tranquila. Ele quase saindo para o Real Madrid, e o Lenny em um momento ruim, os dois no profissional. O Marcelo mais tranquilo, reservado, e decolou. O Lenny até hoje não conseguiu - conta Anthony Santoro, que também trabalhou no Flamengo e citou Bruno Paulo como exemplo de jogador que se deslumbrou com dinheiro.

Vilão ou não?

Info_DEPOIMENTOS_MAUROGALVAO (Foto: Infoesporte)

Quem trabalha com a base costuma reclamar da ação de empresários. Técnico do Flamengo, Cleber dos Santos diz que os jovens ganham mimos dos agentes - às vezes para criar um vínculo - e perdem contato com a realidade deles. Narciso, treinador do Palmeiras, cita o empresário que faz a vontade dos clientes:

- O jogador não tem muito compromisso de brigar pela posição. Deveria se desdobrar e provar que tem o mesmo nível do que está jogando. Mas ele fala com o empresário, que o tira do clube e o coloca em outro.

Os empresários de renome se defendem e garantem que têm diminuído a ação nas categorias de base. Segundo eles, o mercado está aquecido para quem acabou de entrar no ramo e oferece ajuda de custo, bens materiais e pertences para cativar os meninos e criar um vínculo afetivo que os garanta vantagem em futuras negociações de contrato.

- Estamos investindo pouco na base. Os empresários em geral procuram pagar uma ajuda de custo. Mas é trabalhoso. Eu não tenho muito jogador na base. Mas investimos. O grande problema são os treinadores da base. Se tivessem nível de cultura melhor para trabalhar, ajudaria muito. São geralmente ex-jogadores, que têm o mesmo vício que tinham quando eram jogadores. Os clubes deveriam ter um trabalho melhor. Deveria haver um curso para os treinadores da base - disse Léo Rabello, que tem entre seus jogadores Thiago Neves, do Flu, e Bernardo, do Vasco.

Hábitos diferentes

Alguns jogadores tentam fugir de um comportamento que chame a atenção. Filho de médico, Carlos Daniel, de 18 anos, deixou Manaus para se dedicar ao futebol e divide treinos do Botafogo com a leitura e estudos. Aprovado na primeira fase de medicina na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), não conseguiu fazer a segunda etapa por causa de um compromisso pelos juniores.

- Brinco, cordão, não gosto muito. Procuro sempre estar na minha, para não puxar a responsabilidade para mim. Uma responsabilidade que talvez ainda não seja minha. Mesmo quando estiver na mídia, na fama, vou procurar ser o mais simples possível. Além de jogar futebol, procuro ser bom no estudo também. Meu pai é médico e me incentiva muito para estudar, para ler - contou.

carlos eduardo botafogo base (Foto: Diego Ribeiro)Carlos Daniel foi aprovado em medicina e foge do
estilo boleirão (Foto: Diego Rodrigues)

O pilar da família, aliás, é um dos principais pontos observados por psicólogos.

- A base familiar faz o atleta se diferenciar nos seus comportamentos, tanto de disciplina quanto de gerenciamento de carreira. O que não significa questão econômica. Estou falando de base familiar, sistema afetivo, emocional, de apoio, comunicação. Vemos pessoas de baixa renda, com estrutura de família sólida, e o menino se destacando. A questão familiar faz toda a diferença para se desenvolver no futebol - explica a psicóloga Michele Mellen, do Botafogo.

E os conselhos deveriam perdurar, na opinião de Anthony Santoro, técnico da base alvinegra:

- Sabemos que muitas vezes as coisas entram em um ouvido e saem pelo outro, mas de tanto falar alguma coisa pode ficar.



Cañete é punido, mas escapa de gancho em julgamento no TJD-SP

Cañete, treino do São Paulo (Foto: Vipcomm)Cañete está à disposição de Ney (Foto: Vipcomm)

O argentino Marcelo Cañete está liberado para atuar pelo São Paulo nesta quarta-feira, às 19h30m, diante do São Caetano, no Anacleto Campanella. Ele foi julgado nesta terça-feira pela expulsão no confronto com o Guarani, no dia 9 de fevereiro, e escapou de um gancho do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP). Em decisão unânime, o meia foi punido apenas com uma partida de suspensão, que já foi cumprida automaticamente diante do Ituano. As informações são do site Justiça Desportiva.

Contra o Guarani, Cañete foi expulso logo aos 36 minutos depois de puxar Ronaldo Mendes e tomar o segundo amarelo. O árbitro Luiz Vanderlei Martinucho relatou a ocorrência em súmula. Por isso, o argentino foi enquadrado no artigo 250 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por “praticar ato desleal ou hostil durante a partida”. Ele poderia pegar de um a três jogos de suspensão e recebeu a pena mínima.

Apesar de estar liberado, o argentino deve ficar no banco de reservas para o duelo com o Azulão.

Tricolor multado
O São Paulo ainda respondeu por denúncia de atrasos para entrar em campo durante os jogos contra a Ponte Preta e o Guarani. No total, foram quatro minutos de atraso. Por isso, o clube foi multado em R$ 3 mil.



Fase de Wellington não agrada Ney no São Paulo: 'Teve erros decisivos'

De unanimidade a mais um jogador questionado no período de instabilidade do São Paulo. Wellington não começou 2013 como terminou 2012 e vem recebendo críticas até mesmo do técnico Ney Franco em virtude do rendimento abaixo do esperado. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, no CT da Barra Funda, o treinador reconheceu que aguarda por um melhor futebol de seu primeiro volante.

- Não se discute a parte técnica do Wellington. Ele fechou bem a última temporada, mas oscilou no início desta. Em alguns momentos, teve erros decisivos em termos de resultado negativo. Todo mundo sabe isso claramente – afirmou.

Wellington São Paulo treino (Foto: ALE CABRAL/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO)Wellington São Paulo treino (Foto: ALE CABRAL/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO)

A maior bronca de Ney Franco com o Wellington foi no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro. O volante perdeu a bola no ataque, dando origem ao lance em que Paulo Miranda cometeu pênalti em Neymar no início do segundo tempo – o craque bateu e converteu, aumentado o placar para 2 a 0. Após a partida, o treinador mostrou irritação com a falha de seu principal jogador de marcação.

O técnico, aliás, não confirma a escalação para enfrentar o São Caetano, nesta quarta-feira, às 19h30m, no ABC, e deixa em aberto a possibilidade de fazer mudanças no setor. Maicon vem tendo boas atuações e é bem visto pelo comandante, podendo até fazer dupla com Denilson.

A favor de Wellington pesa a falta de um concorrente à altura na marcação. Após o empréstimo de Casemiro para o Real Madrid B, o reserva imediato é o garoto Rodrigo Caio, que disputou a última edição da Copa São Paulo e que atuou apenas contra Atlético Sorocaba e Guarani no Paulistão.

- O Wellington é um jogador com um potencial enorme e tem tudo pra fechar bem a temporada – disse o técnico.



Sequência para Ganso ou Douglas no ataque: o dilema de Ney Franco

Ney Franco jogo Santos x São Paulo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ney Franco pretende dar mais chances a Ganso
no time (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

A lesão no joelho esquerdo de Paulo Miranda abriu espaço para que Douglas seja recuado para a lateral direita, e Paulo Henrique Ganso seja titular do São Paulo nesta quarta-feira, contra o São Caetano. Animado com as últimas participações do meia, o técnico Ney Franco planeja dar a ele mais oportunidades no time titular, ao lado dos principais jogadores do time. Até agora, Ganso iniciou apenas três partidas em 2013, mas em duas delas atuou com a equipe considerada reserva.

Para o próximo jogo, tudo resolvido. Porém, o comandante tem um dilema para resolver no futuro. Ao mesmo tempo em que pretende ver o camisa 8 nos jogos desde o início, também pensa em insistir com o lateral-direito Douglas aberto pelo lado direito do ataque, no setor que era ocupado por Lucas no ano passado. Como Jadson, artilheiro do time na temporada com cinco gols, não será substituído de maneira alguma tampouco deslocado para a ponta, Ney pensa em uma maneira de acomodar todos os atletas em campo.

- Existe a possibilidade de ter o Paulo (Miranda) de lateral, o Douglas um pouco à frente, e um volante e dois meias. Ou então o Jadson trabalhando um pouco mais atrás. São opções que temos durante a competição, para começar um jogo ou uma mudança durante a partida. Já fechamos alguns jogos com o Jadson e o Ganso juntos.

O fato de termos um elenco qualificado nos dá oportunidade de rodar alguns jogadores e mudar a forma de atuar"

Ney Franco

Nesse caso, sobraria para um dos volantes. Wellington terminou o ano passado em alta, mas é consenso que suas atuações em 2013 não estão no mesmo nível. Na manhã desta terça-feira, Ney Franco vai comandar um trabalho tático no CT da Barra Funda para ajustar a forma de jogar contra o São Caetano, com Douglas na lateral, Ganso e Jadson no meio.

Sua intenção é chegar à vice-liderança do Campeonato Paulista, e ainda assim com um jogo a menos do que os concorrentes, mas também fazer ajustes para o confronto da semana que vem contra o The Strongest, no Morumbi. Derrotado pelo Atlético-MG na primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, o Tricolor tem de vencer os bolivianos para não ter sua condição de se classificar para as oitavas de final muito complicada.

Apesar das mudanças no time, e da indefinição sobre a presença ou não de Ganso (a tendência é que ele também seja titular diante do Linense, no sábado), o técnico garante que não está mais fazendo testes.

- O fato de termos um elenco qualificado nos dá oportunidade de rodar alguns jogadores e mudar a forma de atuar. Quando colocamos o Toloi na esquerda, citam como experiência, mas sabemos que ele tem qualidade para jogar por ali. Em alguns momentos temos de fazer ajustes em função do adversário ou de perder um ou dois jogadores, mas a fase de experiências já passou há muito tempo.



Ney Franco confirma Ganso entre os titulares contra o São Caetano

18/02/2013 17:50:00

Meia foi credenciado entre os onze, após gol da vitória sobre o Ituano no último sábado pelo Paulistão

Depois de fazer o gol da vitória do São Paulo sobre o Ituano por 3 a 2 no último sábado, o técnico Ney Franco garante que o meia Paulo Henrique Ganso será titular na próxima partida do Tricolor contra o São Caetano. A escalação visa também o trabalho da parte física do atleta.

"Desenvolvemos um trabalho de recuperação física e técnica para o Ganso. Estamos terminando essa primeira fase. Optamos por lançá-lo aos poucos, durante o segundo tempo, embora tenha feito algumas partidas como titular. Agora vamos colocá-lo desde o início e queremos que ele vá até o limite da parte física", disse o técnico ao site oficial do São Paulo.

"Ele tende a evoluir, tem de bater no peito e assumir essa responsabilidade de ser titular do São Paulo. É o momento que todos nós esperávamos e o atleta também. Ele está se adaptando à forma de o time jogar", completou o treinador.

São Caetano e São Paulo jogam nesta quarta-feira, às 19h30 (horário de Brasília) no estádio Anacleto Campanella pelo Campeonato Paulista.