sexta-feira, 15 de março de 2013

Surpreso com substituição, Lúcio fala: 'Quando eu saí estava 0 a 0'

Lúcio no ônibus (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Lúcio foi para o ônibus bem antes do restante da
delegação (Foto: Carlos Augusto Ferrari)

Chateado com a derrota do São Paulo na Argentina contra o Arsenal, na última quinta-feira, em Buenos Aires, o zagueiro Lúcio chamou a atenção ao ir para o ônibus da delegação bem antes do restante dos companheiros. Substituído no segundo tempo, o jogador acompanhou os minutos finais do duelo através de uma TV nos vestiários do Estádio Julio Humberto Grondona, mas deixou o local assim que o árbitro apitou o fim da partida.

No desembarque tricolor na capital paulista na tarde desta sexta-feira, o jogador se disse surpreso com a alteração promovida pelo técnico Ney Franco, mas recordou que o jogo ainda estava empatado quando deixou o gramado.

– Quando eu saí estava 0 a 0, mas depois perdemos. Independentemente disso o sentimento é ruim pela derrota – afirmou o zagueiro.

– Não fui para o ônibus antes de terminar a partida. Vi o jogo de um TV no vestiário, mas é claro que fico triste quando não jogo. O dia que eu não ficar é melhor parar – completou.

Não vou opinar sobre a situação do Ney Franco. Meu objetivo é dar o meu melhor"

Lúcio

Para acabar com qualquer polêmica, o presidente Juvenal Juvêncio se pronunciou no desembarque da delegação do São Paulo no aeroporto de Cumbica sobre o incidente envolvendo o zagueiro e o treinador.

– Certamente o Lúcio não gostou, se gostasse seria pior. Ele saiu antes. O vestiário lá é extremamente desconfortável. Tenho a impressão que ele preferiu ficar no ônibus – avaliou o dirigente.

A má campanha do São Paulo na Taça Libertadores da América já faz o técnico Ney Franco balançar no cargo. Ao ser questionado sobre o futuro do comandante no clube, Lúcio disse respeitar as decisões do treinador, mas optou por não entrar em polêmica.

– Eu estou aqui para ajudar e respeito o treinador. Fiz o melhor que pude. Treinamos o esquema e não teve troca de zagueiro, mas ele achou certo e eu respeito – disse.

– Não vou opinar sobre a situação do Ney Franco. Meu objetivo é dar o meu melhor e estar junto com os meus companheiros – afirmou o defensor.



Triste com derrota na Argentina, Ceni questiona até campanha no Paulista

O goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, admite que o time está mal na Taça Libertadores e afirma até que a situação no Paulistão, apesar da boa classificação, não é tão animadora. Não pela posição na tabela (a equipe lidera, com 23 pontos), mas pelo futebol que vem apresentando.

No desembarque da equipe no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, nesta sexta-feira, depois da derrota para o Arsenal de Sarandí, por 2 a 1, na Argentina, o capitão foi questionado sobre a diferença entre as campanhas no campeonato estadual e no torneio continental.

- Estamos brigando pelas primeiras posições, mas quem disse que estamos tão bem no Paulista? E na Libertadores estamos mal - afirmou.

Irônico, o goleiro fez uma observação sobre o grande número de jornalistas que foram cobrir a chegada da equipe.

- Quando perdemos, vem muito mais gente nos entrevistar...



Falcão detona declarações de Leão: 'Ele não tem credibilidade alguma'

Será que o ala Falcão, apontado como o melhor jogador de futsal de todos os tempos, daria certo nos gramados? A pergunta, feita até hoje ao craque da seleção brasileira, jamais terá uma resposta concreta. Em 2005, o São Paulo viabilizou a possibilidade, o jogador chegou a entrar em campo, mas a caminhada durou apenas cinco meses.

Falcão nunca gostou de falar abertamente sobre o assunto. Porém, diante das declarações do técnico Emerson Leão, que teria recebido o atleta no elenco tricolor como "ação de marketing", o camisa 12 resolveu se pronunciar.

Falcão beija a taça do Mundial de Futsal (Foto: AFP)Falcão beija a taça do Mundial de Futsal (Foto: AFP)

Treinador do São Paulo na época, Leão lembrou que Falcão já tinha sido reprovado em outras oportunidades, e o campo não era seu habitat.

- O Falcão já havia sido testado no futebol de campo umas três vezes, né? Na Portuguesa, no Palmeiras e no próprio São Paulo, com o Milton. Enfim, não deu certo em nenhum clube. Ele é o Pelé do salão - disse Leão em entrevista ao canal ESPN.

Segundo o treinador, Falcão chegou ao São Paulo por causa do irmão dele, que teria ido à casa do presidente Marcelo Portugal Gouveia instalar um ar condicionado. A partir de uma conversa informal, surgiu o convite para ele visitar o São Paulo.

- Quando ele chegou (no CT) eu até o cumprimetei. Depois o presidente falou que ia contratar ele por marketing. E eu falei: esse marketing vai dar problema. E deu. Quem fica como o ruim? Quem não escala. Não dá, ele queria dar bicicleta fora da área - explicou Leão.

O jogador do Orlândia não tinha assistido à entrevista na quinta-feira. Na manhã desta sexta-feira, ao entrar em sua página no Twitter, ele ficou ficou surpreso com as inúmeras mensagens dos torcedores repercutindo as declarações do seu ex-treinador. Feliz com o carinho por parte dos fãs, Falcão minimizou o fato de ser chamado de "garoto propaganda" e questinou o trabalho de Leão.

- Não dá para levar em consideração o que ele fala porque ele não tem credibilidade nenhuma no esporte. Quando eu estive no São Paulo, sempre cumpri meus horários, participei dos treinamentos e tratei todos com respeito. Fiz a estreia com três dias de treinos e ficou claro que era questão de tempo, de ritmo de jogo, de adaptação. Só que ele não conversava com ninguém, com nenhum jogador. Essa declaração dele é uma forma de defesa, afinal, ele foi o responsável por frustrar muitos torcedores que gostariam de me ver no campo - afirmou Falcão, que lembrou de outros casos envolvento o técnico Leão.

Quando a imprensa quer, quando a torcida quer, aí que ele não coloca"

Falcão

- Ele fez isso com o Jadson e com o Osvaldo no São Paulo. Quando chegou no Corinthians, tirou a faixa de capitão do Tevez, teve o Taffarel no Inter, o Iarley no Goiás, o próprio Luisão comigo no São Paulo. O histórico dele é grande. Quando a imprensa quer, quando a torcida quer, aí que ele não coloca - declarou Falcão.

Segundo o craque das quadras, deixar o gramado não tirou seu sono. Heptacampeão com a seleção brasileira em 2012, Falcão foi eleito novamente o melhor jogador do mundo pela Futsal Planet, e conquistou sua oitava Liga Nacional defendendo o Orlândia, onde mora atualmente com a mulher e os dois filhos.

- Eu tinha um contrato na mesa de três anos com o São Paulo, mas decidi voltar às quadras. Foi uma frustração para todo mundo e, obviamente, o Leão sempre vai tirar o dele da reta. Ele não vai assumir a bronca, ainda mais com o ego que ele tem - disse. Nesta sexta-feira, Falcão estará em quadra pela Liga Paulista. O Orlândia enfrenta o Guarulhos, na Grande São Paulo.

Falcão Orlândia x AABB Superliga de Futsal (Foto: Luciano Bergamaschi/CBFS)Falcão entra em quadra nesta sexta-feira contra o Guarulhos (Foto: Luciano Bergamaschi/CBFS)

Seleção brasileira

No próximo domingo, Falcão voltará a vestir a camisa da seleção brasileira. Quatro meses após a conquista do Mundial, o camisa 12 afirma estar ansioso pelo seu reencontro com a torcida no Brasil. O jogador foi convocado para disputar o Circuito Sul-Americano entre os dias 22 e 24 de março, contra as equipes do Paraguai, Venezuela e Colômbia, em Uberlândia.

- Esse reencontro tem um sabor especial porque é a minha primeira convocação após o título mundial. Tem um sabor especial porque é um momento de alívio na seleção, de curtir o momento, sentir o carinho do público que nos acompanhou de longe - disse Falcão.

Volta aos gramados

Apesar de afirmar que o futebol não faz parte dos seus planos, o craque do futsal estuda a possibilidade de defender o Botafogo-SP em 2014. A convite do amigo e goleiro Doni, o ala da seleção brasileira sinalizou positivamente para 'um ou dois jogos' com a camisa do time de Ribeirão Preto.

- Ainda é cedo para confirmar, mas é uma possibilidade. O Doni é um grande amigo e pode ser que dê certo. Se acontecer, vai ser com muito prazer. Embora eu jogue essas peladas de fim de ano, a bola é a mesma, os jogadores são profissionais, o jeito de bater na bola é o mesmo. Quem sabe, no ano que vem, eu faça um ou dois jogos pelo Botafogo - afirmou.



Presidente do Tribunal da Conmebol vê lição aprendida após caso Kevin

"Agora existe ordem, e precisam tomar cuidado". A frase do presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, destinada a clubes, torcidas e atletas que participam de competições organizadas pela entidade, já foi assimilada pelos torcedores do Corinthians. Essa é a opinião do comandante do tribunal, o advogado brasileiro Caio Rocha, de 32 anos. Passados três meses da criação do órgão e 23 dias da morte do boliviano Kevin Espada - no jogo entre San José e Timão em Oruro, na Bolívia -, ele cita o caso como emblemático para conscientizar não só os corintianos, como todo o público da Libertadores.

- Eu acho, por exemplo, que a torcida do Corinthians já está conscientizada. Houve o fato, e ela foi penalizada. Hoje, ela tem consciência de que o tribunal realmente funciona, e de que um ato de violência vai prejudicar o próprio clube e o próprio torcedor. Talvez a torcida de outro clube não esteja, mas, à medida que as coisas forem acontecendo, clubes, torcidas e atletas vão perceber que agora existe ordem e eles precisam tomar cuidado - afirmou.

Caio Rocha Presidente do Tribunal de Disciplina da CONMENBOL (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Caio Rocha tenta mudar cultura e civilizar o futebol no continente (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)

Caio disse que o episódio em Oruro serviu de aprendizado também para os próprios membros do tribunal, que segundo ele ainda estão estabelecendo parâmetros nas punições. Acredita que é possível ter uma torcida mais civilizada na América do Sul, mas explicou que existe uma certa cautela para aplicar penas na tentativa de mudar a cultura continental, já que clubes e federações têm "força política" na Conmebol. Apesar de acreditar no rumo do trabalho, ele revelou que o tribunal ainda não recebeu qualquer avaliação por parte da entidade.

Nascido no Ceará, Caio também é vice-presidente do STJD e tem um escritório de advocacia. Formou-se na Universidade de Fortaleza (Unifor), com mestrado na Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutorado na Universidade de São Paulo (USP). É casado, pai de três filhas e torcedor do Vasco. Disse que costuma assistir a jogos no estádio, mas se mostrou desanimado com o momento atual do time de coração, que acabou de ser vice-campeão da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.

Confira abaixo a entrevista com Caio Rocha, realizada na sede do STJD.

GLOBOESPORTE.COM: Como avalia esses primeiros três meses de atuação do Tribunal de Disciplina?

CAIO ROCHA: Eu acho que o tribunal tem tido muito trabalho. Foram três meses de muito trabalho, muita repercussão, muito maior do que eu imaginava, e acho que o tribunal tem demonstrado que veio realmente com uma nova mentalidade. Que veio honrar aquela intenção da Conmebol de trazer maior moralidade, maior rigor para a disciplina. Acho que o tribunal está indo num bom caminho. Tem aplicado penalidades rigorosas, mas também não tem exagerado na dose. Seria natural até ser um pouco influenciado por uma repercussão de mídia, ou da sociedade, mas acho que o tribunal tem aplicado penas corretas, de forma serena. Tem julgado rapidamente, o que sempre tem sido nossa intenção.

A torcida do Corinthians já está conscientizada. Houve o fato, e ela foi penalizada. Hoje, ela tem consciência de que o tribunal realmente funciona e de que um ato de violência vai prejudicar o próprio clube e o próprio torcedor"

Caio Rocha

Após a punição preventiva ao Corinthians, houve uma discussão sobre a validade de se punir o clube pelo ato de um torcedor. Qual é a sua opinião a respeito?

Na verdade, essa punição decorre de uma previsão do código que fala da responsabilidade objetiva do clube por ato de sua torcida. No âmbito da Justiça desportiva, falo aqui especificamente do futebol, essa questão da responsabilização do clube já está consagrada, não se discute mais. Clube e torcida são vistos como uma mesma entidade. O clube existe em função da torcida, e a torcida existe em função do clube. Você não consegue separar essas duas entidades. Então, é injusto punir outros torcedores, que não praticaram aqueles atos, por atos praticados por vândalos ou pessoas violentas? Pode até parecer injusto do ponto de vista desse torcedor, que não pode ir ao estádio apoiar seu time, mas é a única penalidade possível. É a única forma que a Justiça desportiva tem de contribuir para a diminuição da violência no âmbito da torcida. De outra forma não seria. Por que você vai punir quem? Só aquele torcedor? Às vezes você não consegue identificar um torcedor.

Como advogado, vê similaridade dessa questão com outra área, em que um grupo paga pelo ato de um indivíduo?

O direito disciplinar guarda certa semelhança com o direito penal, mas também com outras áreas do direito civil. No âmbito do direito civil, é comum ver o que se chama de responsabilidade objetiva. Por exemplo, se um carro de uma empresa, a serviço da empresa, atropela uma pessoa. A empresa arca com o dano causado. Então essa responsabilidade objetiva existe em várias áreas de direito, não só no direito disciplinar.

Mosaico Caio Rocha Presidente do Tribunal de Disciplina da CONMENBOL (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)Presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol em entrevista (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)

A liberação da torcida nos jogos no Pacaembu na primeira fase da Libertadores foi vista por muitos como uma redução da pena imposta ao Corinthians. O tribunal não teme que possa haver um desgaste em sua imagem?

Não foi isso que aconteceu (a redução de pena). Foi um fato grave e com consequências muito graves, com indícios fortes de culpabilidade. Havia torcedores presos na Bolívia, e ficou bem identificado que partiu da torcida do Corinthians. Por isso, o vice-presidente Adrian Leiza entendeu por bem aplicar uma medida cautelar. Até o julgamento daquele processo, que seria instalado, o Corinthians ficaria disputando partidas com portões fechados. O que poderia acontecer se não houvesse essa penalidade preventiva? O Corinthians poderia, de certa forma, tentar protelar a realização do julgamento, a fim de que só sofresse uma punição mais adiante. Para evitar esse artifício, que seria legítimo da defesa, o doutor Adrian deferiu uma medida cautelar, impondo essa restrição apenas até o julgamento. Quando houvesse o julgamento, ele iria substituir a medida cautelar. Então não houve uma redução, foi apenas para fazer com que as partes tivessem interesse também na celeridade do processo.
(Nota: como o caso envolvia um clube brasileiro, Caio Rocha não participou do julgamento)

O San José, da Bolívia, recebeu uma multa nesse julgamento. Não seria necessária uma pena mais severa por permitir a entrada dos sinalizadores no estádio?

Olha, por estar impedido (de participar do julgamento), eu não conheço os autos do processo. Não recebi e não analisei o que existiu. Mas tenho certeza que foram levados em consideração, na aplicação dessa multa, os elementos de prova que constam no processo. Relato da arbitragem, do delegado da partida, e outros elementos que possam ter sidos acostados. Seguramente o Tribunal Disciplinar decidiu dessa forma porque verificou que a contribuição do San José não foi tão grave. No campo da suposição, talvez o San José tenha demonstrado que realizou revistas na entrada do estádio. Eventualmente, num ambiente em que vão 20, 30, 40 mil pessoas, é difícil ter um controle total.

Pela gravidade da situação, o que representou para o tribunal o caso envolvendo a morte do boliviano Kevin Espada?

O caso é hoje, na minha visão, o mais emblemático do tribunal. Tudo bem que são só três meses, mas é um caso que movimentou muitos interesses, atraiu a atenção até da Europa. Nós temos um assessor jurídico que é espanhol, e quando houve a aplicação da penalidade ele disse para mim: "Cara, aqui na Espanha o que se mostrou foi a partida do Corinthians com portas fechadas, sem torcida, e foi muito noticiado aqui como um avanço da Conmebol". E nós aprendemos muito também internamente com este caso: a questão da celeridade, a necessidade de ter um diálogo maior com a imprensa... Isso partiu dessa primeira experiência.

Montagem Corinthians Velez Sarsfield Estádios Vazios (Foto: Editoria de Arte)Corinthians e Vélez Sarsfield tiveram que jogar com estádios vazios nesta Libertadores

O Millonarios (da Colômbia) foi punido com multa depois que torcedores arremessaram objetos em campo, atingindo até um auxiliar. Qual o limite para que a pena seja mais forte, como as de Corinthians e Vélez Sarsfield, que também teve de jogar com portões fechados por causa de briga entre torcidas?

O tribunal, por ser novo, está agora estabelecendo paradigmas e precedentes. Ainda não há com clareza porque isso está sendo definido caso a caso. Talvez, ao término desta edição da Libertadores, a gente já tenha como prever quais serão as punições decorrentes de determinadas atitudes, de infrações disciplinares. Antes do julgamento do caso do Corinthians e do Vélez, se debatia: "Qual será a pena? Será que o Corinthians pode ser excluído da competição?". Porque se fazia menção às penas descritas no artigo 18. E o artigo 18 trata de todas as penas que podem ser aplicadas. Depois do julgamento do caso do Vélez, que foi realizado antes, já se podia ter uma noção de como seria o julgamento do Corinthians. A situação do Vélez foi muito mais grave, digamos, a atuação da torcida foi um tumulto muito maior. Porém, o resultado não foi tão grave quanto o do Corinthians. Isso dá uma equivalência entre as situações.

Um caso só será julgado pelo Tribunal de Disciplina se estiver na súmula do árbitro ou no relato do delegado da partida?

Não, um caso pode se iniciar de várias formas. Existe um órgão ligado ao Tribunal de Disciplina que se chama Unidade Disciplinária. Ele é responsável por receber as informações do delegado da partida, da súmula do árbitro e analisar esses documentos. Se verificar ali uma possível infração, vai dar início ao procedimento disciplinar. Pode se iniciar também por uma notícia de um interessado. O interessado pode apresentar uma queixa através de uma petição. E isso já tem acontecido. Atletas e os próprios clubes podem fazer isso. Aquela entrada dura que o Ronaldinho Gaúcho recebeu (em falta sofrida contra o Arsenal de Saradí, da Argentina), o Atlético-MG ou o próprio Ronaldinho poderia ter entrado com uma queixa, mas não o fez. Existe um prazo muito exíguo, acho que são 24 horas, a cada competição esse prazo se altera. Talvez até por não conhecer, por estar ainda se acostumando com o funcionamento do tribunal, isso não é muito comum. Aconteceu num caso recente de um atleta, acho que de um clube do Peru, que acusou ter sido vítima de racismo, de ofensas racistas por outro atleta. Esse julgamento está em andamento.

O que se pode criticar às vezes é o árbitro que aplicou o cartão amarelo, e a jogada foi uma infração muito mais grave. Aqui mesmo, dentro do tribunal (STJD), temos auditores que defendem que a autoridade do árbitro é absolutamente soberana"

Caio Rocha

Não teme que as punições com multas por problemas com a torcida não eduque os torcedores, já que o clube é que paga?

Nós estamos tentando implementar uma cultura nova, a própria criação do tribunal vem nesse sentido. Não se pode querer uma ruptura total com o que vinha acontecendo, isso tem que ser feito de forma ponderada. Porque sabemos que se os clubes, se as federações quiserem, eles têm força política dentro da Conmebol. Força política no bom sentido que eu falo. Eles podem querer começar a reclamar demais do tribunal. Temos que traçar estratégias e punições que sejam assimiladas. A multa é uma forma de fazer com que o clube tente conter sua torcida, tente praticar campanhas de educação de sua torcida. Caso haja uma reiteração, uma reincidência, certamente as punições serão muito mais severas.

O comportamento da torcida sul-americana é diferente da europeia, o que inclui a presença de sinalizadores e outros objetos. É possível termos uma torcida no estilo europeu algum dia?

A América do Sul é diferente da Europa. Acho que sempre vai haver uma diferença cultural. Mas acho que podemos ter uma maior civilidade nos estádios, sim. Se as torcidas vão se comportar da mesma forma, isso vai variar. Até porque a questão da violência das torcidas não é exclusiva da América do Sul. Você vê casos da Inglaterra gravíssimos dos "hooligans". Isso tem evoluído. A nossa ideia também é evoluir. Mas é uma questão cultural, sim, e a gente tem que tentar mudar.

Mas no caso dos hooligans foi uma mudança radical, excluindo as equipes da Inglaterra de torneios europeus por cinco anos.  Acha que precisa ser radical para mudar?

Eu acho que a gente está no caminho certo. Antes não havia nenhum tipo de penalidade e agora há penalidades e uma efetividade do tribunal. Acho que a receptividade tem sido boa, e os clubes agora estão percebendo: "Opa, minha torcida não pode fazer qualquer coisa que queira, como fazia no passado. Eu vou receber penalidades sobre isso".

Na sua opinião, quanto tempo é necessário para as torcidas começarem a se conscientizar sobre isso na América do Sul?

Eu acho, por exemplo, que a torcida do Corinthians já está conscientizada. Houve o fato, e ela foi penalizada. Hoje, ela tem consciência de que o tribunal realmente funciona, e de que um ato de violência vai prejudicar o próprio clube e o próprio torcedor. Talvez a torcida de outro clube não esteja, mas à medida que as coisas forem acontecendo, clubes, torcidas e atletas vão perceber que agora existe ordem e eles precisam tomar cuidado.

ronaldinho gaucho entrada violenta (Foto: Juani Joncorini/Brazil Photo Press/Agência Estado)Ronaldinho recebe uma voadora na canela: Atlético-MG poderia ter se queixado ao tribunal da entrada dura
(Foto: Juani Joncorini/Brazil Photo Press/Agência Estado)

Vocês costumam conversar com o Nicolás Leoz, presidente da Conmebol?

Eu só estive com o doutor Nicolás Leoz em duas ocasiões: há uns cinco, quatro anos, estive na Conmebol representando o STJD num congresso da Fifa, e lá fui apresentado a ele; e agora, em dezembro, quando fui tomar posse como membro do tribunal. Também fui apresentado rapidamente, ele veio na sala onde nós estávamos reunidos, cumprimentou a todos e fez uma breve saudação. Então foram só duas ocasiões e não posso nem dizer que o conheço. Eu o conheço, mas certamente ele não vai nem me conhecer, não vai identificar a pessoa.

Quem atua na Justiça desportiva gosta de futebol. E tem o clube da sua preferência. Todos nós somos torcedores, isso é normal. Mas, quando estamos aqui na função de auditores, vamos julgar com total isenção"

Caio Rocha

Já houve algum retorno pelo trabalho do tribunal?

Não tive nenhum retorno ainda. Não sei se o trabalho está sendo bem avaliado ou não. Mas por parte da CBF eu acredito que o tribunal está sendo bem reconhecido. Aqui (no Brasil) já tive retorno, e os dirigentes estão satisfeitos com a atuação do tribunal, embora tenha punido clubes brasileiros, mas ainda assim era caso que realmente precisava.

Como vice-presidente do STJD, como vê a maneira de atuar do tribunal e as críticas de que às vezes interfere em decisões do árbitro?

Existem dois aspectos distintos: um é em relação à questão da arbitragem, e o outro é o disciplinar. Vamos receber críticas sempre e em qualquer circunstância. O que se pode criticar às vezes é o árbitro que aplicou o cartão amarelo, e a jogada foi uma infração muito mais grave. Aqui mesmo, dentro do tribunal (STJD), temos auditores que defendem que a autoridade do árbitro é absolutamente soberana. Mas no aspecto disciplinar, de infrações, digamos de agressões, às vezes num piscar de olhos escapam à atenção do árbitro. Então nem tudo que um árbitro decide em campo é o que deve ser aplicado. Às vezes ele marca uma falta, e deveria ter expulsado o atleta. O erro da arbitragem não pode impedir que o tribunal aplique uma penalidade em relação a uma infração disciplinar. É coisa bem diferente de o tribunal estar alterando, digamos, um gol marcado em situação de impedimento. O Tribunal Disciplinar e o STJD não têm nada a ver com isso. Isso é uma questão da regra do futebol, que impõe que as decisões dos árbitros, em relação ao resultado de uma partida, são soberanas. Não se pode alterar.

No ano passado, houve o caso de um auditor que puniu Ronaldinho e em sua página no Facebook deixava claro que era flamenguista. A paixão clubística pode interferir numa decisão?

Quem atua na Justiça desportiva - seja como advogado, auditor, membro de comissão, auditor do pleno - gosta de futebol. E tem o clube da sua preferência. Todos nós somos torcedores, isso é normal. Mas, quando estamos aqui na função de auditores, vamos julgar com total isenção. Os profissionais da imprensa também têm os seus clubes de preferência, mas isso não vai alterar uma reportagem que você vai fazer, ou a narração de um radialista, ou o comentário de um comentarista. Uma coisa é a profissão, outra é a vida pessoal. Aqui todos sabemos fazer essa distinção. No caso específico que citou, houve uma infeliz coincidência. Havia uma manifestação no Facebook antiga, de dois ou três anos, fora do contexto, e certamente aquilo não foi levado em consideração pelo auditor quando proferiu seu julgamento. É um auditor sério, correto, só temos elogios a fazer à postura dele. Agora, realmente não é recomendável que ele tenha essas manifestações públicas diante da função que exerce. Terminou sendo uma forma boa de contribuir. Com esse acontecimento, já evoluímos para dar recomendações a todos os membros do STJD, das comissões do pleno, e estamos em fase de implementação de um código de ética dos auditores.

Você torce para qual time?

Torço para o Vasco da Gama. É uma questão de família, meu avô, meu pai...

Tem o hábito de ir aos estádios?

Vou. Quando estou aqui no Rio e coincide de haver um jogo na quarta-feira e uma sessão na quinta, venho na quarta (para assistir ao jogo). Mas ultimamente não tem sido muito bom, não tenho tido muita vontade de ir ao estádio, não (risos).

Caio Rocha Presidente do Tribunal de Disciplina da CONMENBOL (Foto: Alexandre Durão)Caio Rocha junto dos auditores do STJD no Rio de Janeiro (Foto: Alexandre Durão)



Emerson, Beckenbauer, Ney Franco ou Becker? Vote na Frase da Semana

Enquanto o técnico do São Paulo, Ney Franco, não exagera na modéstia, o atacante Emerson, do Corinthians, exagera na sinceridade. Uma lenda explica como desenvolver o esporte e outra revela uma paixão da juventude. Veja as Frases da Semana, escolhidas pelo , e vote na sua favorita. O resultado será divulgado na segunda-feira, às 10h (de Brasília).

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O primeiro candidato é o atacante Emerson, do Corinthians. Na vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, pelo Campeonato Paulista, o Sheik desperdiçou um pênalti e não escondeu a sua decepção.

- O treinamento de ontem, como de costume, é quem vai melhor. Nos treinos, eu estou uma beleza. No jogo que está f…

emerson sheik corinthians treino (Foto: José Patrício/Agência Estado)Emerson arrisca jogada de efeito: no treino, o Sheik diz que está bem (Foto: José Patrício/Agência Estado)

O segundo concorrente é o técnico Ney Franco, do São Paulo. Após o empate por 0 a 0 como Palmeiras, no domingo, o treinador exaltou o seu próprio desempenho.

- Foi ótimo meu trabalho, as substituições foram muito bem feitas. Meu trabalho, se eu pudesse me dar uma nota para mim, seria nota 10.

O terceiro nome na lista é o ex-tenista Boris Becker. O alemão, três vezes ganhador do torneio de Wimbledon, afirmou que só com a participação do maior ídolo, Gustavo Kuerten, o tênis brasileiro irá se desenvolver.

- Se eu fosse presidente da federação brasileira, a primeira coisa que eu faria seria ligar para o Guga, fazer dele o diretor de ténis do Brasil. Daria um orçamento e um prazo de cinco anos. Você ia ver o que ia acontecer.

Fechando a relação, está o maior nome do futebol da Alemanha, Franz Beckenbauer. Tricampeão da Liga dos Campeões e capitão do título mundial da sua seleção em 1974, o craque parabenizou o Botafogo, pela Taça Guanabara.

- Presidente Maurício, parabéns! Acabei de saber pelo meu bom velho amigo, Carlos Alberto, que o Botafogo conquistou o campeonato. Porque o Botafogo, quando eu era jovem, era fantástico e sempre torci pelo Botafogo.

Clique aqui e vote na Frase da Semana do "Redação SporTV"

Premio Laureus - Beckenbauer ignora calor, arrisca batucada e cai no samba no Rio (Foto: Leandro Garrido)Ao lado de Carlos Alberto, Beckenbauer parabenizou o Botafogo pela Taça Guanabara (Foto: Leandro Garrido)



Ney Franco parece não ter convicção em esquema tático, diz jornalista

Depois de escalar o São Paulo com três zagueiros (Edson Silva, Lúcio e Rafael Toloi) contra o Arsenal de Sarandí, o técnico Ney Franco parece não ter ainda encontrado a formação ideal para a equipe, na opinião de Carlos Cereto, editor-chefe do . Para o jornalista, o treinador ainda não parece ter encontrado uma maneira de substituir Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain.

- O São Paulo entrou em campo com três zagueiros. Parece que o Ney Franco não tem convicção sobre qual é o esquema tático do São Paulo e ainda não encontrou uma formação ideal depois da saída do Lucas. Mas o Ney Franco mexeu no time e o São Paulo não se acertou - afirmou, no , desta sexta.

Para o comentarista Paulo Cesar Vasconcellos, do SporTV, os jogadores do São Paulo têm a maior parte da responsabilidade pelos resultados na Taça Libertadores.

- A gente sempre coloca os jogadores em segundo plano. A gente exime o jogador de uma forma exagerada. É sempre técnico, técnico, técnico. O jogador é sempre poupado. Será que o Ney Franco não acertou ao bater de frente com o jogador? Essa postura deixa o jogador sempre confortável e o técnico sempre na berlinda.

Na opinião de PC Vasconcellos, a classificação do São Paulo para as oitavas de final da Libertadores está ameaçada. No entanto, a diretoria do clube não pode culpar o técnico Ney Franco.

- Parece que agora o cargo do técnico ficará ameaçado. E boa parte da imprensa alimenta isso. O comportamento é esse há séculos. Não necessariamente é a receita ideal. A gente analisa muito pelo resultado. Mas, para ter resultado, todo a equipe precisa funcionar. Como dizia o falecido técnico Otto Glória: "Você perdeu é uma besta. Ganhou, é bestial".

Ney Franco, São Paulo x Arsenal de Sarandi (Foto: Marcos Ribolli)Ney Franco mudou o esquema tático do São Paulo diante do Arsenal (Foto: Marcos Ribolli)

Para a jornalista Glória Maria, da TV Globo, uma mudança de treinador neste momento seria prejudicial para o São Paulo.

- O trabalho tem que ser a médio e longo prazo. Não dá para analisar por um jogo. As pessoas analisam pela paixão, e aí não dá certo. Não dá para entender como um time perdeu de uma maneira fria, técnica e objetiva se você está colocando o coração. É muito mais fácil o Ney Franco acertar em dois jogos do que outro, que não conhece o time.

O São Paulo tem mais dois jogos na fase de grupos da Taça Libertadores. No dia 4 de abril, encara o Strongest em La Paz. A última partida será contra o Atlético-MG, em 17 de abril, no Morumbi.

Banner SporTV Premiere FC (Foto: SporTV.com)


Irritado, Rogério Ceni não fala com a imprensa após derrota

15/03/2013 11:58:00

Capitão do São Paulo não quis comentar resultado contra o Arsenal, que deixou o Tricolor em situação complicada

Rogério Ceni ficou irritado com a derrota do São Paulo para o Arsenal, por 2 a 1, na Argentina, na noite de quinta-feira. Na saída do vestiário, o goleiro se recusou a parar para falar com os jornalistas, como acontece de costume.

"A derrota dificulta bastante. Vamos ter que ganhar em La Paz," resumiu.

Na próxima rodada, o São Paulo terá o The Strongest, lanterninha do grupo, com três pontos, em La Paz. O time tem uma vitória e uma derrota em casa. A derrota deixou o Tricolor em uma situação desconfortável, com apenas quatro pontos, dividindo posição com o Arsenal. Em primeiro, com 100% de aproveitamento, o Atlético-MG já tem vaga garantida nas oitavas.



Violência x Futebol: 'SporTV Repórter' revela realidade alarmante do Brasil

Pentacampeão brasileiro, o Brasil se orgulha de ter o futebol com mais títulos mundiais da história com sua seleção. E o país que respira o esporte lidera um outro ranking, também ligado ao futebol, que provoca um sentimento totalmente oposto: causa vergonha e medo. Pesquisas apontam que o país lidera quando o assunto é a morte de torcedores. O mergulhou na questão e mostra estatísticas alarmantes, além de relatos de líderes de torcida, histórias tristes de brigas e vítimas da violência das organizadas, e depoimentos de familiares de torcedores que perderam a vida (assista ao vídeo).

A morte de Pâmella Munike Gonçalves Volpato, de 17 anos, é um dos casos relembrados pelo programa. Ela perdeu a vida ao ser atingida por um tiro na cabeça, em novembro de 2011, em Goiânia. O fato deu início a uma ciranda de violência, como é chamado um ciclo de vingança entre os torcedores da cidade - foram oito mortes em 2012.

A morte de Pâmella, em um dia que não havia jogo, revela mais uma faceta deste mundo paralelo relacionado ao futebol: as brigas nem sempre acontecem nos estádios ou entorno e, muitas vezes, as mortes envolvendo torcedores ocorrem em dias sem futebol. Para as facções violentas, o jogo acaba se tornando um detalhe.

- É complicado no aspecto de que as situações muitas vezes não acontecem dentro da praça esportiva. Lá tem policiamento ostensivo. O problema maior ocorre sempre fora do estádio, em dia de semana, em lugar afastado, periférico. É um problema de segurança e também um problema cultural e de educação - considerou o juiz de direito da 1ª Vara Criminal de Goiânia, Jesseir Coelho de Alcântara.

Violência x Futebol é tema do SporTV Repórter (Foto: Reprodução SporTV)Número de mortes coloca Brasil na liderança do ranking de violência no futebol  (Foto: Reprodução SporTV)

O programa entrevistou parentes de vítimas e também os agressores. Ele mostra ainda como funciona o universo das torcidas organizadas, o poder que elas possuem dentro dos clubes, e como o Brasil pretende dar um basta neste cenário de violência no futebol.

O caso recente da morte do torcedor Kevin Espada também mereceu destaque. Embora não tenha acontecido no país, envolveu torcedores brasileiros, na partida entre San José e Corinthians, em Oruro, na Bolívia. O menino morreu após ser atingido por um sinalizador, disparado por um torcedor corintiano. 

O com o tema "Violência x Futebol" vai ao ar neste domingo, às 22h (horário de Brasília).

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Irritado, Ceni cobra reação: 'Vamos ter de ganhar em La Paz'

A derrota por 2 a1 para o Arsenal, em Sarandí, deixou o capitão Rogério Ceni irritado. Na saída dos vestiário do estádio Julio Grondona, na noite da última quinta-feira, o goleiro não quis parar para conversar com os jornalistas brasileiros, mas mostrou sua insatisfação em poucas palavras.

- (A derrota) dificulta bastante. Vamos ter de ganhar em La Paz – afirmou o ídolo, entrando rapidamente no ônibus da delegação.

O Tricolor ficou em situação complicada no Grupo 3 com a segunda derrota em quatro partidas. O time soma apenas quatro pontos em 12 possíveis e divide a segunda colocação com o mesmo Arsenal, mas leva vantagem no saldo de gols – um negativo contra três negativos.

A próxima rodada pode decidir o futuro da equipe. Os são-paulinos encaram o The Strongest, dia 4 de abril, em La Paz. Os bolivianos estão na lanterna, com três, enquanto o Atlético-MG, líder com 12 pontos e 100% de aproveitamento, já tem o primeiro lugar praticamente assegurado.

- Nós imaginávamos ter 100% de aproveitamento em casa e ganhar ou um empatar dois fora. Mas não tivemos competência para isso – admitiu o técnico Ney Franco.

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Rogério Ceni são paulo embarque chile (Foto: Marcos Guerra / Globoesporte.com)Rogério Ceni não esconde insatisfação e cobra vitória na Bolívia (Foto: Marcos Guerra)



Arsenal-ARG 2 x 1 São Paulo: Tricolor vacila na zaga, perde para argentinos e se complica

Arsenal, Sao Paulo, Copa Libertadores 2013

Arsenal derrotó a Sao Paulo y se ilusiona con los octavos de final

Por Paulo Armando

O São Paulo se complicou na Copa Libertadores. A equipe não fez boa partida e acabou derrotada pelo Arsenal de Sarandí por 2 a 1. Sem Luís Fabiano, Ney Franco apostou em um 3-5-2 e viu a defesa falhar diversas vezes. O goleiro do Arsenal, Campestrini, foi destaque do jogo também.

Com o resultado, o Tricolor permanece em segundo com quatro pontos, mas o Arsenal está empatado e só perde no saldo de gols. Na lanterna está o The Strongest, enquanto o Galo é líder tranquilo e já está classificado. Na próxima rodada, o São Paulo enfrenta o último colocado na altitude de La Paz.

Ritmo forte, mas nenhum gol

A partida começou em ritmo alucinante. E logo aos dois minutos, após bola cruzada na área do São Paulo, Douglas furou e deixou Benedetto com o rebote. A sorte é que o adversário acabou chutando nas redes pelo lado de fora. Quatro minutos depois, Tolói foi quem furou e Furch perdeu gol incrível.

O Tricolor parecia nervoso, com a defesa bastante insegura. Porém o Arsenal também falhou de oportunidades ao rival. Aos dez minutos, Douglas cruzou rasteiro, Osvaldo dominou e tocou para a pequena área. Aloísio tentou empurrar para o gol, mas Campestrini salvou de forma milagrosa.

Os dois times faziam jogo aberto, com muita correria e boas chances de gols. A bola não parava no meio de campo, e muitos erros defensivos ocorriam. Aos 21 minutos, Osvaldo deu grande passe para Aloísio, que tentou driblar o goleiro e acabou perdendo a bola.

As chances de gol diminuíram, mas o ritmo continuou muito corrido. O São Paulo até ameaçou uma pressão no final, mas não conseguiu levar perigo. Final de primeiro tempo e nenhum gol.

Zaga falha Campestrini brilha e Arsenal vence

Após o intervalo, a partida não mudou muito. Os dois times continuavam em ritmo forte, errando bastante e dando várias oportunidades. Porém Ney Franco decidiu mexer no time, e tirou Lúcio e Douglas, para a entrada de Maicon e Ganso. O experiente zagueiro saiu irritado e foi direto para o vestiário.

As mudanças surtiram efeito e o São Paulo começou a dominar e criar chances. Porém parou no excelente jogo que fez o goleiro Camprestrini. Mas quem abriu o placar foi o time argentino. Aos 65 minutos, a zaga do São Paulo não conseguiu pegar o rebote e Ortiz acertou chutaço no meio do gol. Rogério tentou defender, mas não conseguiu.

O São Paulo partiu para o ataque, e conseguiu o empatar o jogo. Aos 72, Osvaldo cruzou da esquerda, Aloísio chutou e Campestrini fez boa defesa. No rebote, o próprio Aloísio completou para as redes. E a partida continuou empatada.

No final do jogo, após o Tricolor perder algumas oportunidades e Rogério Ceni salvar um gol quase certo, O Arsenal voltou a ficar na frente. Aos 85, Braghieri aproveitou novo rebote, que a zaga não conseguiu tirar, e colocou a bola no cantinho do gol. Final de partida e vitória do Arsenal de Sarandí.



Ney defende tática, mas admite: 'Não vivemos um bom momento'

Ney Franco São Paulo jogo Arsenal de Sarandí (Foto: Juani Roncoroni / Ag. Estado)Ney Franco está em situação difícil no Tricolor
(Foto: Juani Roncoroni / Ag. Estado)

Ney Franco ligou o sinal de alerta depois da derrota do São Paulo por 2 a 1 para o Arsenal, nesta quinta-feira, em Sarandí, na Argentina, pela Taça Libertadores. O treinador reconheceu que a fase da equipe é ruim, mas defendeu a estratégia utilizada por ele para o duelo que deixou o Tricolor em situação complicada no Grupo 3.

- A equipe jogou muito abaixo do que esperávamos nos dois confrontos contra o Arsenal. Não tivemos competência para vencer. Vamos trabalhar para reverter essa situação – afirmou.

Pressionado, o treinador optou por fechar os treinamentos após o empate contra o Palmeiras, no último domingo, pelo Paulistão. A equipe reapareceu nesta quinta atuando no esquema 3-5-2 e não no 4-2-3-1. A alteração, contudo, não impediu que o Tricolor voltasse a jogar mal e cometesse muitos erros, sobretudo no setor defensivo.

- A derrota não tem relação com o sistema de jogo. Tivemos tempo para armar essa formação. A semana de trabalho foi muito boa – ressaltou.

O São Paulo permanece na segunda colocação, mas agora com os mesmos quatro pontos do Arsenal – os brasileiros levam vantagem no saldo de gols. Na próxima rodada do torneio, o Tricolor visita o  The Strongest, em La Paz, dia 4 de abril. A rodada final será diante do líder Atlético-MG, no Morumbi.

- Não vivemos um bom momento, mas vamos tentar mudar isso – disse.



Substituído, Lúcio deixa campo chateado e se isola no ônibus

Lúcio no ônibus (Foto: Carlos Augusto Ferrari)Lúcio se isola no ônibus após a partida
(Foto: Carlos Augusto Ferrari)

O zagueiro Lúcio, do São Paulo, não gostou de ter sido substituído no início do segundo do jogo contra o Arsenal, da Argentina, nesta quarta-feira, pela Taça Libertadores. Ele foi sacado porque o técnico Ney Franco resolveu alterar o esquema da equipe, que começou no 3-5-2. Para abrir o time, o treinador teve de sacrificar um zagueiro e acabou escolhendo o pentacampeão.

Lúcio deixou o gramado direto para o vestiário. Não passou pelo banco de reservas, como normalmente acontece. Quando os jogadores se encaminhavam para o vestiário, após a partida, Lúcio já estava no ônibus e nem participou da conversa entre elenco e treinador.

Ney minimizou o episódio e diz que é normal jogador ficar chateado por causa de derrota.

- Todo mundo fica chateado, seja o Lúcio, o Rogério, eu, a comissão e o presidente. Cada um tem sua forma de manifestar isso. Não tenho dados para entrar nesse assunto. Mas o nosso vestiário está muito triste.

O Tricolor perdeu por 2 a 1 para os argentinos e está em situação complicada no Grupo 3. Ainda ocupa o segundo lugar, com quatro pontos, mas a sequência é difícil: vai enfrentar o Strongest, na altitude de La Paz, e o Atlético-MG, no Morumbi.



Ganso vê São Paulo vivo, mas...: 'Colocamos outro time na briga'

Ganso São Paulo Arsenal de Sarandí Libertadores (Foto: AFP)Ganso se apoia em Aloísio na partida na Argentina
(Foto: AFP)

Paulo Henrique Ganso teve uma atuação tão apática quanto a da maioria dos jogadores do São Paulo nesta quinta-feira, na derrota para o Arsenal de Sarandí, pela Libertadores da América. Mas após a partida, o meia deu uma declaração lúcida a respeito da situação tricolor na competição.

- Estamos vivos na competição. Mas colocamos outro time na briga – declarou Ganso, em entrevista ao canal Fox Sports.

O outro time citado pelo meio é justamente o Arsenal de Sarandí. Antes lanterna do grupo, o clube argentino venceu o São Paulo e atingiu os mesmos quatro pontos do Tricolor no Grupo 3. O Atlético-MG está disparado na liderança, com 12 pontos, e o The Strongest é o último colocado, com três.

A equipe boliviana é o próximo desafio do São Paulo, no dia 4 de abril, em La Paz. Na última rodada da chave, o Tricolor encara o Galo, no estádio do Morumbi.

- Precisamos combater mais. Estamos tentando melhorar para continuarmos vivos na competição – acrescentou Paulo Henrique Ganso.

Se na Libertadores da América a situação é complicada, no Campeonato Paulista a fase é excelente. Mesmo com um jogo a menos em relação à maioria dos adversário, o São Paulo lidera, com 23 pontos. Domingo encara o Oeste, em casa.



Juvenal não garante Ney Franco, mas ressalta: 'Estamos satisfeitos'

Ney Franco São Paulo jogo Arsenal de Sarandí (Foto: Juani Roncoroni / Ag. Estado)Ney Franco vem sendo contestado pelos últimos
resultados (Foto: Juani Roncoroni / Ag. Estado)

A situação de Ney Franco no comando do São Paulo não é das mais tranquilas e piorou após a derrota para o Arsenal de Sarandí, por 2 a 1, na Argentina, nesta quinta-feira, pela Libertadores. O treinador vem sendo contestado por parte da torcida e nem mesmo os dirigentes do Tricolor têm uma opinião conclusiva sobre o assunto. O presidente Juvenal Juvêncio, por exemplo, apoia o comandante, mas, mesmo assim, lembra que não há garantias de que ele permaneça. Por outro lado, o diretor de futebol Adalberto Baptista é enfático e não cogita a possibilidade de demissão.

- Não tem garantia. Ninguém garante ninguém. Mesmo assim, eu, a torcida, e todos nós estamos satisfeitos com o técnico - disse o presidente.

Já Adalberto afirma que Ney Franco não corre riscos. Adalberto Baptista seguiu com o discurso do embarque para a Argentina e disse que o treinador do time seguirá sendo o mesmo, independentemente dos resultados.

-  Não há possibilidade de mudança na comissão técnica. Estamos muito satisfeitos com o trabalho até agora - garantiu Adalberto.

Não há possibilidade de mudança na comissão técnica"

Adalberto Baptista

Ney Franco vem recebendo algumas criticas por parte da torcida por conta dos últimos resultados da equipe e também por causa do rendimento abaixo do esperado neste ano. Em casa, o São Paulo empatou com o Arsenal, na quinta passada, e se complicou na tabela de classificação. No clássico contra o Palmeiras, domingo, novo empate que deixou a torcida insatisfeita. E nesta quinta-feira, derrota para o Arsenal.

Há ainda as criticas do vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes. Após a vitória de virada e no sufoco contra o The Strongest, por 2 a 1, na segunda rodada da Libertadores, o dirigente declarou estar envergonhado com a atuação da equipe. As palavras do dirigente causaram mal-estar no elenco.

Após os questionamentos públicos por parte da direção, os jogadores saíram em defesa do comandante. Nas últimas entrevistas, eles demonstraram apoio a Ney Franco e garantiram confiar no trabalho do treinador.

O Tricolor permanece em segundo, com os mesmos quatro pontos do Arsenal, mas em vantagem no saldo de gols. O Atlético-MG lidera com 12, praticamente garantindo o primeiro lugar da chave. O que complica para o time paulista é a sequência: The Strongest, na Bolívia, e Atlético-MG, no Morumbi. Dependendo do que acontecer na próxima rodada, o Tricolor terá de fechar o grupo pressionado pela necessidade de uma vitória sobre o Galo.



FOTOS: São Paulo perde para o Arsenal-ARG em Sarandí

14/03/2013 23h44 - Atualizado em 14/03/2013 23h44

Derrota na Argentina complica a vida do Tricolor

Osvaldo disputa bola com adversário no duelo na Argentina

EFE

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Agora na Seleção, Osvaldo vai bem, mas São Paulo tem péssima atuação

Osvaldo São Paulo Arsenal de Sarandí Libertadores (Foto: AFP)Osvaldo, o melhor do Tricolor, lamenta a derrota
(Foto: AFP)

ROGÉRIO CENI - goleiro
Fez ótimas defesas e salvou o quanto pode o São Paulo, completamente exposto ao adversário. Não teve culpa nos gols.
Nota – 5,0

LÚCIO – zagueiro
Não fez uma boa partida. Estranhou o esquema com três zagueiros e mostrou uma insegurança em alguns lances que não combina com sua experiência
Nota – 3,5

RAFAEL TOLOI - zagueiro
Outro que sentiu dificuldade no esquema com três zagueiros. Furou, errou passes e não teve sucesso contra o fraco ataque argentino.
Nota – 3,5

EDSON SILVA - zagueiro
Seguiu a mesma linha dos companheiros do novo esquema. Melhorou quando fez dupla com Toloi no segundo tempo.
Nota  - 4,0

DOUGLAS - lateral
Ney Franco disse que o treinou como lateral e como meia-atacante. Não fez uma coisa nem outra. Mal no apoio e na defesa.
Nota – 3,0

RODRIGO CAIO - volante
Não comprometeu. Firme na marcação, teve momentos bons na partida.
Nota – 5,0

DENILSON - volante
Um dos piores em campo. Bem longe de ser o jogador que se destacou no título da Copa Sul-Americana no ano passado.
Nota – 3,0

JADSON - meia
Não conseguiu ser decisivo como no restante da temporada. Mesmo assim, o meia foi um dos melhores do São Paulo.
Nota – 4,5

CORTEZ – lateral
Deu muitos espaços na marcação e pouco apoiou o ataque.
Nota – 3,5

OSVALDO - atacante
O melhor do São Paulo. Convocado pela seleção brasileira, o atacante foi o único que realmente deu trabalho para os argentinos.
Nota – 5,5

ALOISIO – atacante
Autor do gol são-paulino, ele foi bem ao substituir o suspenso Luis Fabiano. Entendeu-se com Osvaldo, mas precisa mais.
Nota – 5,0

PAULO HENRIQUE GANSO – meia
Apático, como na maioria dos jogos que fez pelo São Paulo.
Nota – 3,0

MAICON – meia
Melhorou um pouco o meio de campo do São Paulo, mas nada demais também.
Nota – 4,0

WALLYSON - atacante
Jogou muito pouco para ser avaliado.
Sem nota

ARSENAL DE SARANDÍ
A equipe é fraca, mas mostrou a garra que faltou ao São Paulo na partida. Com dois chutes fortes, conquistou a vitória que o fez renascer na Libertadores. O goleiro Campestrini foi um dos destaques com importantes defesas.