Cortez, Denilson e Ganso, durante treino na Bolívia
(Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net )
Uma catástrofe, uma tragédia, um desastre histórico. Apenas algo tão inesperado vai impedir o São Paulo de chegar à fase de grupos da Taça Libertadores. Um dos favoritos ao título e dono de uma enorme vantagem, o Tricolor precisa ser humilhado como nunca foi na história da competição para deixar escapar a vaga diante do Bolívar, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no estádio Hernando Siles, em La Paz.
Apenas as dificuldades de atuar a 3.660m de altitude deixam o técnico Ney Franco e os jogadores em alerta para não comemorar a classificação antes da hora. Após a goleada por 5 a 0, no Morumbi, o discurso é de respeito a um adversário limitado tecnicamente, mas que contabiliza mais de 70% de aproveitamento em seus domínios.
O histórico na Libertadores, aliás, também favorece amplamente o São Paulo. O Tricolor nunca perdeu por mais de três gols de diferença em toda sua trajetória no torneio - foi batido por Criciúma (1992) e LDU (2004) por 3 a 0. Desta vez, pode levar até um 4 a 0 que avançará. Se fizer um gol, os bolivianos precisarão anotar outros sete para roubarem a vaga.
O vencedor deste confronto cairá no Grupo 3, composto por Arsenal, da Argentina, The Strongest, da Bolívia, e Atlético-MG. A estreia na segunda fase será contra o Galo, dia 13 de fevereiro, em Belo Horizonte.
O trio de arbitragem é todo colombiano. Wilmar Roldan apita a partida. Os auxiliares são Humberto Clavijo e Eduardo Díaz. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances da partida em Tempo Real.
Bolívar: por causa da grande desvantagem no placar, o técnico Miguel Portugal mudará o time para uma formação mais ofensiva. Em vez das duas linhas de quatro de defensores que apresentou no Morumbi, o Bolívar irá a campo com três atacantes. Para isso, o meia Rudy Cardozo foi sacado para a entrada de Yecerotte. A outra mudança será no meio-campo: Gómez desbancou Justiniano. Assim, a provável formação dos bolivianos é: Arguello, Eguino, Valverde, Cabrera e Álvarez; Miranda, Flores e Gómez; Arce, Ferreira e Yecerotte.
São Paulo: o técnico Ney Franco não revelou para a imprensa quem será o titular na lateral direita. No último treino, em Santa Cruz de la Sierra, o treinador comandou apenas um treino recreativo e não escalou a equipe. A formação é a seguinte: Rogério Ceni, Douglas (Paulo Miranda), Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Denilson e Jadson; Aloísio, Luis Fabiano e Osvaldo.
Bolívar: todos os jogadores estão à disposição de Miguel Portugal.
São Paulo: os atacantes Wallyson e Negueba estão no departamento médico e não foram sequer inscritos para esta fase da Libertadores. O segundo, aliás, teve de operar o joelho direito e não tem chances de jogar a competição este ano. O volante Fabrício, que voltou a integrar a equipe há poucos dias depois de um longo período no Reffis, também não está na lista do São Paulo para as prévias da Libertadores, mas deve ser relacionado para a fase de grupos caso o time confirme a classificação nesta quarta.
Bolívar: o atacante Yecerotte entrou em campo no segundo tempo da goleada no Morumbi e agradou ao técnico Miguel Portugal. Ele agora ganhará uma vaga entre os titulares ao lado de Arce e de Ferreira.
São Paulo: Jadson foi o grande nome do Tricolor no primeiro jogo. Atuando centralizado na armação, o meia comandou a equipe que abriu larga vantagem e ficou perto da vaga. Agora, na Bolívia, terá a missão de puxar os contra-ataques que poderão acabar com qualquer esperança do Bolívar.
Nelson Cabrera, zagueiro do Bolívar: “Na minha experiência, aprendi que qualquer equipe pode ganhar, tudo pode acontecer e pode haver algo que mude as coisas. Estamos com o pensamento de que as coisas sairão bem. Estamos confiantes em fazer uma boa partida e dar uma vitória para nossos fãs”.
Luis Fabiano, atacante do São Paulo: “Conseguimos uma vantagem muito boa, mas precisamos entrar em campo com seriedade. Vamos encontrar dificuldades e temos de estar preparados para uma partida difícil. O Bolívar é muito forte em casa”.
* Quem tem vantagem? Confira o histórico do confronto na Futpédia
* Em sua estreia na Libertadores 2013, o São Paulo goleou o Bolívar por 5 a 0 e igualou sua maior vitória na história da competição (5 a 0 sobre o Jorge Wilsterman, também da Bolívia, em 1974).
* A última vez que o São Paulo sofreu uma derrota por uma diferença de cinco gols foi no dia 26 de junho de 2011, quando perdeu por 5 a 0 para o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. Nos últimos dez anos, o Tricolor sofreu cinco gols em uma mesma partida também diante do Paysandu (5 a 2), pelo Brasileirão de 2003.
* Depois de dois anos ausente, o São Paulo volta a Libertadores e disputa a competição pela 16ª vez em busca de seu quarto título. O Tricolor participou das edições de 1972 (eliminado nas semifinais); 74 (vice-campeão); 1978, 82 e 87 (eliminado na fase de grupos); 92 e 93 (campeão); 94 (vice-campeão); 2004 (eliminado nas semifinais); 2005 (campeão); 2006 (vice-campeão); 2007 (eliminado nas oitavas); 2008 e 2009 (eliminado nas 4ª de final) e 2010 (eliminado nas semifinais).
* O Bolívar já conseguiu algumas vitórias expressivas em suas participações na Taça Libertadores. Todas elas, porém, foram diante de adversários bolivianos ou venezuelanos. O Bolívar derrotou o Minerven, da Venezuela, por 7 a 0, em 1997, o Blooming, em 1983, e o Wilsterman, em 1979, por 6 a 0 e o Guabirá por 7 a 1, em 1976, esses três últimos times são bolivianos.
* Desde 2005 as equipes brasileiras disputam a ¨Pré-Libertadores¨ para entrar na fase de grupos da competição. Nesses oito anos, os brasileiros somente não classificaram seus representantes em uma oportunidade, em 2011, quando o Corinthians foi eliminado pelo Tolima, da Colômbia.
A partida disputada no dia 30 de janeiro levou ao delírio os mais de 40 mil são-paulinos presentes no Morumbi. O Tricolor goleou por 5 a 0 e encaminhou a classificação para a fase de grupos. Luis Fabiano (dois), Jadson, Osvaldo e Rogério Ceni marcaram.