segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Santos 3 x 1 São Paulo: Santistas vibram duplamente com vitória no retorno de Ganso à Vila

Neymar - Santos FC

Ricardo Saibun | Santos FC

O clássico San-São na Vila Belmiro, neste domingo, teve gostinho de vingança para os santistas. No retorno de Paulo Henrique Ganso ao clube que trocou pelo rival da capital, quem roubou a cena, como quase sempre acontece, foi Neymar. O camisa 11 marcou um de pênalti e deu duas assistências para Miralles na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo.

Mesmo sem fazer uma partida brilhante, Neymar mostrou todo o seu poder de decisão. O Peixe abriu o placar apenas aos 38 do primeiro tempo, depois do astro santista receber de Guilherme Santos na área e, de costas, encontrar Miralles, que chutou direto para fazer 1 a 0. Pouco depois, Luis Fabiano marcou para o Tricolor, mas o gol foi anulado por impedimento, fato que gerou muita reclamação.

No primeiro ataque do Santos no segundo tempo, Neymar invadiu a área pela esquerda e foi derrubado por Paulo Miranda. Pênalti que ele mesmo cobrou para ampliar a diferença. Aos 19, Jadson cobrou falta com perfeição, no ângulo de Rafael, e descontou. Mas a euforia são-paulina durou pouco. Aos 24, Neymar matou o jogo depois de receber cobrança de escanteio de Montillo, ajeitar e levantar novamente. Miralles apareceu de surpresa por trás da zaga e, de cabeça, fez o terceiro, dando números finais ao placar.

Com atuação apagada, Ganso deixou o campo para dar lugar a Aloísio da mesma forma que entrou: sob vaias e gritos de 'traídor', para satisfação de todos os santistas presentes na Vila. O resultado assegurou o primeiro lugar no Paulistão ao Peixe, agora com 13 pontos. Já o São Paulo, com seis, encontra-se na nova posição, fora da zona de classificação para a fase de play-off. Os times voltam a campo na próxima quarta-feira; o Santos encara a Linense em Lins, enquanto o Tricolor recebe a invicta Ponte Preta, no Morumbi.



Torcida do Santos malha boneco de 'Judas' Ganso antes do clássico na Vila

Como era de se imaginar, Ganso foi recebido com vaias e hostilidade pela torcida do Santos no seu retorno à Vila. Os alvinegros não perdoaram o meia depois que ele recusou várias propostas de renovação o clube e optou por se transferir para o rival da capital.

No clássico deste domingo, primeiro de Ganso em Santos desde sua conturbada saída do clube, teve até um boneco de judas sendo malhado do lado de fora do estádio. Alguns torcedores se juntaram nas redes sociais para combinar o protesto e fizeram um boneco de espuma com a camisa do São Paulo para ser 'malhado' pela torcida no entorno da Vila Belmiro, antes da bola rolar.


Dentro do estádio, vaias, xingamentos e muitos gritos de 'traídor'. Durante a semana, Neymar pediu para que a torcida santista tivesse paciência com Ganso e não o tratasse mal, mas de nada adiantou. Quando os dois amigos se encontraram para um abraço, mais coros de 'traídor' soaram das arquibancadas.

No seu último jogo pelo Peixe, contra o Bahia, no ano passado, Ganso recebeu uma chuva de moedas da torcida, que o chamou de mercenário.



Ney coloca Ganso na média e admite: 'Precisa de uma sequência'

 Nem muito bem, nem muito mal. Para o técnico Ney Franco, a atuação do meia Paulo Henrique Ganso na derrota para o Santos, domingo, na Vila Belmiro, esteve no mesmo nível do restante da equipe. O treinador reconheceu que o jogador precisa de continuidade para recuperar o alto nível.

– Acho que o Ganso jogou na média de todos os outros jogadores e não sentiu a pressão da torcida. Ele começou deslocado pela esquerda, mas com dez minutos eu o coloquei centralizado novamente. Vimos algumas jogadas de toque de bola entre ele e o Jadson. É um jogador que precisa de uma sequência – afirmou.

Ganso começou o ano como titular, diante do Mirassol, mas perdeu o lugar para Aloísio contra o Bolívar. O jogador voltou a ser usado no início contra o Atlético Sorocaba, porém, regressou ao banco de reservas para o segundo confronto diante dos bolivianos, em La Paz.

Acho que o Ganso não sentiu a pressão da torcida"

Ney Franco

Ney Franco quis um time com mais velocidade para atuar no principal torneio das Américas. Com Ganso, o São Paulo perde agilidade, mas ganha cadência e qualidade no toque de bola. A presença dele, aliás, muda a função de Jadson, grande destaque da equipe no início do ano, passando do centro para o lado direito do meio de campo.

– Criamos boas chances no primeiro tempo. A primeira chance real foi com o Luis Fabiano em uma jogada assim. No segundo, como tomamos o segundo gol logo no início, mudamos um pouco a estrutura ofensiva – ressaltou.

O treinador tem mais uma semana para escolher a melhor formação para o São Paulo. No dia 13 de fevereiro, o time estreia na fase de grupos da Libertadores, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte.

– Estamos usando o Campeonato Paulista para fazer alguns ajustes. Nossa pré-temporada foi atropelada. Passamos por um clássico com uma derrota, mas temos de avaliar bem o trabalho. A equipe tem um grande potencial para brigar pelos títulos – disse o comandante.

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Ganso do São Paulo no clássico contra o Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ganso foi muito vaiado na Vila Belmiro e alvo de moedas atiradas pela torcida (Foto: Marcos Ribolli)