terça-feira, 19 de março de 2013

Em meio a crise, São Paulo tem semana decisiva para ajeitar o time

Ney Franco, São Paulo x The Strongest (Foto: Marcos Ribolli)Ney Franco terá três jogos pelo Paulista para tentar
ajeitar o time (Foto: Marcos Ribolli)

Vivendo um momento conturbado, o São Paulo tenta esquecer os problemas para tentar entrar nos eixos novamente a tempo do confronto contra o Strongest, dia 4, em La Paz, pela Taça Libertadores. Críticas da torcida, insatisfação de jogadores e dirigentes com o trabalho do técnico Ney Franco vêm influenciando o rendimento da equipe. Não à toa, o time, apesar de estar em segundo lugar no Grupo 3, corre risco, pois precisa vencer na altitude da capital boliviana e depois ainda encara o invicto Atlético-MG. Em meio a tudo isso, Ney tenta fazer os jogadoes se concentrarem no trabalho.

A equipe tinha quatro passos importantes para se ajeitar. O primeiro, mesmo que aos trancos e barrancos, já foi dado. Uma vitória apertada contra o Oeste, neste domingo, no Morumbi, por 3 a 2. O clima não foi dos melhores, nem dentro nem fora dos campo, mas a vitória aconteceu.

Os outros três passos são mais partidas pelo Campeonato Paulista – competição da qual é líder com 26 pontos e um jogo a menos.

- Se não fizermos as coisas certas nesses quatro jogos, podemos nos complicar. Essas partidas poderão mostrar o que faremos contra o Strongest. Vamos pensando passo a passo. Temos um grupo forte e, com apoio do torcedor, vamos reverter essa situação na Libertadores - disse o lateral-esquerdo Thiago Carleto.

O primeiro compromisso dessa fase será contra o São Bernardo, nesta quarta-feira, às 22h, no Estádio 1º de Maio, no ABC. No sábado, o duelo será contra o Bragantino, no Morumbi. Na sequência, o clássico contra o Corinthians.

Com respaldo da diretoria, que garantiu o treinador no comando independentemente dos resultados, Ney Franco terá esse período para trabalhar, acertar a equipe, colocar em prática as ideias que tem para o time se encaixar e manter vivas as esperanças de classificação na Taça Libertadores.

- Temos quatro finais para aprimorar, melhorar, ver onde estão os erros, acertos, se unir para tirar o São Paulo dessa situação - completou o lateral.

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Especialistas alertam técnicos 'gritões' sobre riscos do exagero para a saúde

Não é raro ver os treinadores de futebol chegarem às entrevistas coletivas roucos ou até sem voz e nem sempre a culpa é de um resfriado, como aconteceu recentemente com Luiz Felipe Scolari, que sentiu os efeitos da queda da temperatura na viagem para a Europa com a seleção brasileira. Muitas vezes, Felipão e outros técnicos ficam assim de tanto gritar à beira do gramado, o que é um risco para a saúde (assista ao vídeo).

Na ocasião, antes do amistoso com a Inglaterra, os gritos do treinador durante o treino contribuíram para que a situação se agravasse. Em dia de jogo, o esforço é ainda maior, considerando que o barulho da torcida faz com que os técnicos tenham que falar ainda mais alto, o que acaba sendo uma agressão às cordas vocais, como explica a fonoaudióloga Déborah Feijó.

- O que vai acontecer é que a gente vai ter um desgaste na própria corda vocal que pode causar um edema ou alguma outra alteração, causando uma mudança na voz fazendo com que eu fique popularmente rouco - disse.

O técnico Estevam Soares, que já comandou clubes como Portuguesa e Botafogo, conhece muito bem estas consequêcias. 

- Há alguns anos que venho enfrentando esse problema, um problema muito sério. Já frequentei otorrino (otorrinolaringologista), fonoaudiólogos e sofro muito. Com qualquer esforço mais elevado eu perco a voz. Não me poupo e esse que é o grande problema - disse o treinador, que deixou o Atlético Sorocabense em fevereiro.

grêmio são luiz gauchão técnico caio júnior (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Caio Júnior, atualmente no Vitória, acha difícil segurar o grito à beira do campo (Foto:Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

Caio Júnior, técnico do Vitória, sabe que os gritos são exagerados e até tenta deixar a conversa para o vestiário, mas nem sempre é possível.

- Existem momentos em que você tem que gritar porque é muito difícil o jogador ouvir dentro do campo em função da torcida - afirmou.

Com o grito, as cordas vocais vibram com muito mais força. Quanto maior a intensidade da fala, maiores os riscos, sobretudo se for um esforço repetitivo, como geralmente acontece com os treinadores. O otorrinolaringolotista Henri Ugadim Koishi explica como isso pode afetar a saúde.

- Se ele tiver uma lesão, uma inflamação ou um pequeno sangramento na corda vocal, o que pode acontecer com quem grita muito, e se com a corda vocal comprometida ele continuar fazendo esse esforço intenso, a lesão pode se agravar ou até tornar-se crônica. Muitas vezes é necessário um tratamento com medicação e até mesmo cirurgia, em alguns casos - explicou.

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Banner SporTV Premiere FC (Foto: SporTV.com)


Líder do Paulistão, mas balançando na 'Liberta', Tricolor vive fase tensa

João Paulo de Jesus Lopes Ney Franco (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)João Paulo de Jesus Lopes com Ney Franco: clima
já foi melhor... (Foto: Marcos Ribolli)

As ofensas publicadas (e depois apagadas) do volante Denilson a um torcedor numa rede social, em resposta a críticas sobre o desempenho recente dele e do São Paulo, são mais um exemplo da fase turbulenta vivida pelo elenco tricolor. Só nas últimas semanas foram pelo menos cinco demonstrações públicas de descontentamento com a fase da equipe, que lidera o Paulistão, mas corre risco de desclassificação na Libertadores (veja em quadro abaixo).

O problema mais notório é a insatisfação de jogadores como Ganso, que, apesar dos pedidos da torcida, é mantido na reserva pelo técnico Ney Franco. No clássico contra o Palmeiras, o meia foi substituído e saiu irritado de campo. Questionado sobre o motivo, disse não entender a substituição. No jogo seguinte, contra o Arsenal, em Sarandí, foi a vez de o zagueiro Lúcio sair chateado - chegou a se isolar no ônibus da equipe, abandonando o vestiário antes mesmo de o jogo terminar. O comportamento dos dois jogadores fez com que Ney Franco afirmasse, em entrevista coletiva, que tais atitudes não seria mais toleradas - o desabafo foi em tom de ultimato.

Acreditamos no Ney Franco. Com o Leão não estava andando, a diretoria optou por trocar, trocou e consertou a casa"

Edson Silva, zagueiro do
São Paulo

As críticas já partiram até de dirigentes da alta cúpula, como o vice-presidente João Paulo de Jesus Lopes, que classificou como "vergonhosa" a atuação da equipe no empate por 1 a 1 com o Arsenal, no Pacaembu, há duas semanas.

Apesar de tudo isso, o discurso dos jogadores escalados pela assessoria de imprensa para as entrevistas coletivas ainda é de apoio ao treinador.

- Acreditamos no Ney Franco. Conquistamos um titulo internacional ano passado (a Sul-Americana). Com o Leão não estava andando, a diretoria optou por trocar, trocou e consertou a casa. Ano passado passamos por uma turbulência semelhante. O Ney, com trabalho, consertou isso e fomos campeões - disse o zagueiro Edson Silva, depois do treino desta segunda-feira.

- Para jogar no São Paulo tem de estar preparado para tudo e saber que a cobrança é muito grande. A torcida não está cobrando no Paulista. Melhor que nosso time não tem. A cobrança vem pelo que fizemos na Libertadores. Temos de falar menos e trabalhar mais.

Antes do jogo contra o Oeste, no último domingo, torcedores do São Paulo protestaram em frente ao Morumbi. A manifestação não passou batida. Muitas faixas exigiam a entrada de Ganso e Cañete no time.

- Há várias formas de se manifestar. O Ney deve fazer a mudança porque está precisando. Se sair, vou ficar chateado porque eu queria estar jogando. Você tem o direto de fazer o que quer. Sair, ir para o vestiário, trocar de roupa... mas você tem de estar com os companheiros, ajudando - disse Edson Silva.

são paulo sob pressão
Denilson ofende torcedor, em resposta a críticas feitas em rede social
São Paulo 3 x 2 Oeste - Time vence, mas não convence, e vê torcida protestar; Autor de um dos gols, Luis Fabiano não comemora e alega "problemas pessoais"
Arsenal 2 x 1 São Paulo - Lúcio é substituído, sai irritado e se isola no ônibus
São Paulo 0 x 0 Palmeiras - Ganso é substituído, sai irritado e diz não entender motivo da substituição
São Paulo 1 x 1 Arsenal - Atuação do time é considerada "ridícula" pelo vice-presidente João Paulo Jesus Lopes. E Luis Fabiano, expulso após o jogo, é muito criticado


Wallyson festeja primeiro jogo como titular e aguarda novas chances

Wallyson São Paulo (Foto: site saopaulofc.net)Wallyson agradece à Ney pela chance contra o 
Oeste (Foto: site saopaulofc.net)

O atacante Wallyson foi a principal surpresa da escalação do São Paulo na vitória por 3 a 2 sobre o Oeste, no último domingo, no Morumbi, pelo Paulistão. O jogador disputou sua primeira partida como titular formando trio ofensivo com Luis Fabiano e Ademilson.

- Fiquei bastante contente e agradeço ao técnico Ney Franco pela confiança. Já tinha entrado duas vezes durante o jogo, mas desta vez pude atuar por mais tempo - afirmou o jogador, em entrevista ao site oficial do São Paulo.

Recuperado de um problema no tornozelo que o afastou do início da temporada, o atacante aos poucos vem ganhando espaço na equipe.

- Acho que estou crescendo. Agora é trabalhar muito, aprimorar cada vez mais a parte física e técnica para ganhar mais chances e ajudar o time.

Destaque do Cruzeiro em 2011 e artilheiro da Copa Libertadores da América daquele ano, com sete gols, Wallyson quer aproveitar a sequência de jogos do Campeonato Paulista para chegar ainda mais forte na competição continental.

- Ainda temos uma sequência de quatro jogos antes de voltar à Libertadores e eles serão importantes não só para o meu crescimento, como também para o da equipe. Boas atuações e resultados nos deixarão mais fortes para enfrentar o Strongest - completou Wallyson.



Por fim de turbulência, Carleto prega menos conversa e mais trabalho

thiago carleto são paulo coletiva (Foto: Carlos Augusto Ferrari / Globoesporte.com)Carleto quer time falando menos e trabalhando mais
(Foto: Carlos Augusto Ferrari / Globoesporte.com)

O momento do São Paulo não é dos melhores. Mesmo na liderança do Campeonato Paulista, a equipe vem sendo muito contestada por conta da campanha irregular na Taça Libertadores da América. Antes da partida contra o Oeste, no último domingo, alguns torcedores protestaram em frente ao Morumbi. Além disso, mesmo com a vitória por 3 a 2, muitos vaiaram a postura da equipe. Para resolver estes problemas, o lateral-esquerdo Carleto afirma que os jogadores têm de se concentrar mais no trabalho.

- A torcida quer que revertamos a situação. Temos de nos unir, falar pouco e, quando entrarmos em campo, mostrar para a torcida que temos condições de mudar essa situação - disse.

O discurso de Carleto vai na contramão da atitude do volante Denilson. Em uma rede social, o volante respondeu com ofensas a um torcedor que cobrou uma postura mais firme do jogador.

- Essa cobrança do torcedor vem de acordo com o que fazemos na Libertadores. No Paulista, é indiscutível que estamos bem. Somos líderes com um jogo a menos. Na Libertadores, temos de melhorar. Se não tivermos a cabeça focada, dificilmente vamos sair dessa situação.

Na competição continental, o São Paulo tem quatro pontos e ocupa a segunda colocação do Grupo 3. O time tem um caminho difícil para se manter nessa situação e conquistar a vaga nas oitavas de final. Na sequência, encara o Strongest, na altitude de La Paz, na Bolívia, e o Atlético-MG, que tem 100% de aproveitamento na competição.



No Twitter, Denilson xinga torcedor, recebe ameaça e apaga postagem

denilson sao paulo (Foto: Gustavo Serbonchini )Denilson xingou torcedor em rede social
(Foto: Gustavo Serbonchini )

O volante Denilson, do São Paulo, se desentendeu com um torcedor no Twitter na tarde desta segunda-feira. O jogador foi criticado pelo seguidor. Em resposta, o atleta soltou um palavrão e acabou sendo ameaçado. A frase que causou polêmica foi a afirmação feita pelo volante de que ele é torcedor do Tricolor. Insatisfeito, com os maus resultados da equipe, o torcedor fez uma crítica.

– Só falar não resolve. Tem que demonstrar. Está na hora de parar com marketing próprio e jogar bola, honrar a camisa que diz que ama.

A resposta do volante foi mal-educada:

– Vai tomar no c...

Após o xingamento, o torcedor fez uma ameaça ao jogador.

– Você xingou a pessoa errada. Tenha a certeza que logo nos encontraremos cara a cara e você vai ter que repetir isso.

Denilson apagou o xingamento logo em seguida. Algum tempo depois, ele declarou novamente o carinho que tem pelo São Paulo.

– Sempre procurei defender da melhor forma esse manto... Eu sou Tricolor, galera.



São-paulinos acatam 'pulso firme' de Ney Franco e garantem grupo unido

thiago carleto são paulo (Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)Carleto afirma que decisões de Ney Franco têm de
ser respeitadas (Foto: Marcos Ribolli)

O discurso forte do técnico Ney Franco parece ter surtido efeito no elenco do São Paulo. Após a vitória por 3 a 2 sobre o Oeste, domingo, pelo Paulistão, o treinador disse que não trabalhará com jogador que reclamar de ser substituído. Os atletas captaram o recado do comandante e ressaltaram a união do grupo. O técnico quer acabar com possíveis novos focos de insatisfação no elenco.

- O que ele decidir, está decidido. É o comandante e temos de respeitar. O jogador quer sempre estar jogando, mas tem de reconhecer que se estiver mal será substituído - disse Edson Silva.

Substituído durante o clássico contra o Palmeiras, domingo passado, o meia Paulo Henrique Ganso demonstrou insatisfação enquanto caminhava para o banco de reservas, chegando até a falar palavrões. Quinta-feira, diante do Arsenal de Sarandí, na Argentina, foi a vez do zagueiro Lúcio se rebelar: após deixar o campo, sequer ficou no banco de reservas e foi mais cedo para o ônibus da delegação. Essas duas atitudes colocaram o comando de Ney Franco sob suspeita.

- Se ele acha que tem de tomar algumas decisões, nós temos de respeitar. O grupo é bem unido. Queremos sair dessa situação e dar alegrias à torcida - ressaltou Carleto.

O São Paulo passa por um momento delicado na Taça Libertadores. A equipe tem quatro pontos e ocupa a segunda colocação do Grupo 3. O time tem um caminho difícil para se manter nessa situação, já que encara o Strongest, na altitude de La Paz, na Bolívia, e o Atlético-MG, que tem 100% de aproveitamento na competição.

No Campeonato Paulista, porém, as coisas são bem diferentes. O Tricolor lidera com 26 pontos e tem um jogo a menos. O próximo compromisso será nesta quarta-feira, diante do São Bernardo, no ABC.



Recuperado de entorse, Rhodolfo treina e pode ser opção para quarta

rhodolfo são paulo treino (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Rhodolfo está recuperado de lesão, mas aguarda o
treino desta terça-são (Foto: Marcos Ribolli)

Rhodolfo voltou a trabalhar no campo após a entorse que sofreu no tornozelo direito, no dia 3 de março, diante do Penapolense, pelo Campeonato Paulista. O zagueiro ainda sente dores no local, mas pode ser opção para Ney Franco contra o São Bernardo, às 22h desta quarta-feira, no Estádio 1º de Maio, no ABC, pela 13ª rodada. A definição deve ocorrer após o treino desta terça.

Nesta segunda, acompanhado do preparador físico Sérgio Rocha, o zagueiro fez circuitos com e sem bola. Durante a atividade, ele deu alguns saltos e trabalhou leves arrancadas.

O zagueiro iniciou a temporada como titular, mas perdeu posição para Rafael Toloi. Contra o Penapolense, Rhodolfo atuou como titular porque Ney Franco optou por escalar uma equipe reserva devido ao compromisso que o time teria na sequência pela Libertadores, contra o Arsenal.

Os jogadores que atuaram durante a maior parte da vitória por 3 a 2 diante Oeste, no último domingo, no Morumbi, fizeram trabalho regenerativo nesta segunda. Quem ficou menos tempo ou sequer jogou realizou um treino em campo reduzido. A atividade foi comandada por Éder Bastos, auxiliar de Ney Franco.