Bruno Quaresma e Gabriel Saraceni
Publicada em 14/08/2012 às 07:02
São Paulo (SP)
O último jogo de Lucas pelo São Paulo foi diante do Coritiba, dia 8 de julho, em vitória por 3 a 1. Convocado por Mano Menezes para a Olimpíada e para o amistoso de quarta-feira contra a Suécia, o meia-atacante chega no Brasil na sexta-feira. A expectativa é de que esteja à disposição para sábado, em duelo frente a Ponte Preta, no Morumbi.
Lucas ainda não foi dirigido por Ney Franco. Na sua ausência, o Sampa venceu quatro partidas (uma pela Sul-Americana), empatou uma e perdeu outras quatro – 48% de aproveitamento. Amanhã, frente ao Náutico, o último confronto sem o camisa 7 em campo. Ademilson ganhou espaço, fez quatro gols e se firmou como titular.
Com Lucas no Brasileirão, o Tricolor soma 66% dos pontos disputados, aproveitamento que deixaria a equipe em quarto lugar, à frente do Grêmio, que tem 64,5%. Com Ney Franco, são apenas 41%.
O meia-atacante, que foi vendido na semana passada para o Paris Saint-Germain (FRA) por R$ 108 milhões, completou 20 anos na segunda-feira. Depois de receber mensagens pelo Twitter, fez questão de agradecer:
“Fico muito feliz em saber que tantas pessoas gostam de mim e querem o meu bem. Queria poder dar um abraço em cada um. Nem sei como agradecer esse carinho todo.”
Maratona para defender o São Paulo é algo corriqueiro para Lucas. Este ano, depois de longa viagem com a Seleção Brasileira, chegou pela manhã e enfrentou o Santos. Técnico na época, Emerson Leão conversou com o camisa 7, que ficou à disposição e foi escalado na vitória por 1 a 0. Casemiro e Bruno Uvini, que também tinham sido convocados, pediram para descansar.
Todas as vezes em que o meia-atacante ficou fora este ano foi por defender a Seleção. Ele nunca foi desfalque por suspensão ou lesão.
Reserva de Mano durante a Olimpíada, o fato gerou revolta por parte da diretoria do São Paulo, que gostaria de contar com o jogador no Brasil, ainda mais depois de ele ser pouco aproveitado. João Paulo de Jesus Lopes chegou a declarar que toda a comissão técnica deve ser trocada.
Sobe e desce
Bom sem ele
Lucas faz muita falta ao time do São Paulo, mas a ausência dele também trouxe detalhes positivos para a equipe tricolor. Um deles é Ademilson. Se o camisa 7 estivesse atuando pelo clube, dificilmente o garoto de 18 anos teria tido a sequência de jogos e gols que teve no período.
Os dez jogos sem Lucas também serviram para o time se preparar para o ano que vem, quando o jogador não estará mais no Morumbi. Na ausência dele, Ney Franco montou um meio de campo mais técnico, que adota a posse da bola em vez da velocidade. Quando Lucas retornar, o treinador não descarta utilizá-lo ao lado de Ademilson e Luis Fabiano, o que faria Maicon perder a vaga no meio.
Ruim sem ele
Ney Franco ainda não pôde escalar Lucas em nenhum dos jogos. Sem o dono da camisa 7, o Tricolor perde velocidade em campo. Ele é o jogador mais veloz do elenco e responsável por puxar diversos contra-ataques decisivos nos jogos.
Com Lucas fora, o time tem pouca capacidade de improvisação de jogadas. Ele é o mais habilidoso e quem mais dribla durante as partidas.
Menos espaço. Devido à qualidade do camisa 7, os adversários redobram a atenção em cima dele. Com isso, os outros são-paulinos podem aproveitar algumas brechas na marcação para aparecerem com liberdade para marcar.
Salário líquido e imposto com o PSG
Lucas não precisa se preocupar com a provável mudança do recém-eleito presidente da França, François Hollande. O mandatário pretende colocar em prática uma proposta para que qualquer pessoa que ganhe um salário maior do que 1 milhão de euros seja taxada em 75% dos vencimentos. A proposta de campanha seria empregada em janeiro do ano que vem, período em que o camisa 7 vai se transferir.
O meia-atacante pode ficar tranquilo porque o acerto com o PSG é em relação ao salário líquido. O clube francês definiu o valor (cerca de três vezes mais do que os R$ 130 mil que recebe no Sampa) e cabe a ele a responsabilidade com os impostos.
Pela transferência, Lucas ainda recebeu 25% dos R$ 108 milhões. Por contrato, teria direito a 30%, mas o Tricolor exigiu que o jogador abrisse mão de um pedaço de sua parte para que o negócio fosse fechado. Como vão ganhar luvas do PSG, o agente (Wagner Ribeiro) e os pais do atleta aceitaram a condição imposta pelo clube.