Rubens Chiri / saopaulofc.net
Rogério Ceni brilha e garante vantagem, mas é o Bahia quem chega com mais perigo
Não há análise nem prévia que se possa fazer de um atleta do calibre de Rogério Ceni. Depois de lesiosar o ombro e ver muitas especulações sobre sua aposentadoria, o goleiro artilheiro e ídolo do São Paulo não poderia ter retornado com uma melhor resposta: logo aos 5 minutos, falta na entrada da área do Bahia. Rogério se direciona ao campo de ataque para a cobrança, ajeita a bola como faz usualmente e .. marca um golaço. Batendo por cima da barreira, ele mandou no ângulo de Marcelo Lomba, que bem que tentou, mas só saiu mesmo na foto. Um a zero São Paulo e muita comemoração do capitão com seus companheiros.
Os minutos seguintes foram de muitos erros de passe próximos às áreas de ambas as equipes. A principal saída do São Paulo era pelo lado esquerdo, com o lateral Cortez e o garoto Ademilson, cada vez mais adaptado ao time. Pelo lado do Bahia, Zé Roberto era a melhor opção, trabalhando sempre em velocidade pela ala direita, por vezes caindo pelo meio.
Com a vantagem mas sem conseguir segurar a bola no campo de ataque, o São Paulo viu o Bahia ter três chances quase consecutivas de abrir o placar. Aos 28, após confusão dentro da área, Souza pegou firme para ótima defesa de Rogério Ceni, colocando para escanteio. Três minutos depois, novo levantamento que Júnior dominou, conseguiu o giro e achou Fahel em excelente posição dentro da área. O volante pegou de bate pronto e viu a bola explodir no travessão. Aos 39, Júnior desperdiçou mais uma: o atacante recebeu nas costas de Rhodolfo, cortou o marcador e tinha Júnior e Zé Roberto entrando completamente livres, mas preferiu o chute, mandando muito acima do gol de Ceni.
Antes do intervalo Souza ainda cabeceou pra fora cruzamento na medida de Zé Roberto, que infernizava o lado esquerdo do São Paulo. Fim de primeira etapa com vantagem para os visitantes, mas sem nada decidido.
Bahia não consegue acertar jogadas ofensivas, Ney Franco erra e Cortês dá presente para Ademilson
A única mudança nos vestiários foi a saída de Gerley para a anetrada de Ávine, titular até então poupado da lateral esquerda pelo técnico Caiu Júnior, do Bahia. A melhor opção do time da casa continuava sendo pela lado direito de ataque, com as escapadas de Zé Roberto. Aos 8, ele descolou bom lançamento para Souza, que dominou mal; com 17 recebeu com passe do mesmo Souza e bateu com perigo ao gol de Rogério Ceni. Inexplicavelmente e parecendo contrariado, o atacante baiano saiu logo depois para a entrada de Ciro, que nada fez durante todo o tempo que esteve em campo.
Com a diminuída de ritmo do Bahia, o São Paulo aproveitou com seu melhor jogador em campo: Bruno Cortez. O lateral fez linda jogada, fintou o adversário e cara a cara com o goleiro bateu rasteiro, carimbando a trave esquerda do Bahia. Na sobra, Ademilson só teve o trabalho de empurrar para as redes e abraçar o companheiro, em noite inspirada.
Lulinha, que já estava em campo, trouxe velocidade ao time da casa, mas o que faltava era precisão nos passes durante as jogadas ofensivas. Em péssimo dia, o lateral Gil errou praticamente tudo que tentou pela direita, o que ficou mais visível com a saída de Zé Roberto, que estava jogando por aquele setor.
Saindo para o jogo, o Bahia dava espaços e Willian José desperdiçou chance clara no fim: contra ataque de três atacante contra dois defensores; ele serve Ademilson, que devolve de primeira, dentro da área, mas o centroavante não pegou muito bem na bola, que acabou parando nas mãos de Lomba.
Aos 46 do segundo tempo, o árbitro Marcelo de Lima Henrique apitou o fim da partida, pouco depois do "olé" cantado pela torcida paulista presente no estádio. Vitória do São Paulo e mais um passo para o técnico Ney Franco acertar o irregular time tricolor. Do lado tricolor baiano, se jogar o que jogou hoje diante de sua torcida no estádio do Morumbi o time do treinador Caio Júnior definitivamente não conseguirá a classificação. Faltou organização tática e principalmente precisão nos passes decisivos.