Com atuações de causar inveja a muitos atores profissionais, alguns jogadores tentaram aprontar no Campeonato Brasileiro e aumentaram a pressão sobre os árbitros. No entanto, os homens de preto nem sempre foram capazes de distinguir o real do ilusório, permitindo até que atletas interferissem, em certas ocasiões, no resultado dos jogos com manobras antiéticas. Assumindo uma função de diretor, o GLOBOESPORTE.COM separou em vídeo os cinco maiores atores com suas apresentações na competição.
Abrindo a lista, o papel principal: o argentino Hernán Barcos tentou repetir o feito de Maradona, contra a Inglaterra, na Copa do Mundo de 1986, no México. Pela 33ª rodada, após uma cobrança de escanteio de Marcos Assunção, o atacante do Palmeiras pulou no meio de seis jogadores, entre companheiros e adversários, e jogou a bola com a mão para a rede. O árbitro, que não conseguiu perceber a infração, deu o gol, mas depois anulou seguindo orientação do ponto eletrônico, o que levantou a suspeita de auxílio do replay, proibido pela regra, e o caso foi parar na Justiça. Mas foi tudo em vão: o gol não valeu, e o Palmeiras perdeu o jogo por 2 a 1 para o Inter, no Beira-Rio. Diferente da "mão de Deus" (como ficou conhecido o lance de Maradona), que ajudou a Argentina a ser campeã mundial, a mão de Barcos não conseguiu livrar o Palmeiras do rebaixamento.
Uma das características dos atores de chuteiras brasileiros é sofrer uma pancada - às vezes nem tão forte - em um local do corpo e sentir dor em outro. Foi o que aconteceu com Alemão, do Náutico. Durante a derrota por 2 a 1 para o São Paulo, no Morumbi, pela 36ª rodada, o zagueiro deu uma finta em Luis Fabiano, que deixou o braço para cima do adversário. O choque aconteceu, pegou no braço do zagueiro, mas na queda ele levou as mãos ao rosto. Nem mesmo na saída de campo, ao ser questionado sobre o lance, ele admitiu a encenação.
Mas as funções mais praticadas foram os saltos no gramado. Na nona rodada, por exemplo, Ibson, do Flamengo, atirou-se na área após passar pelo defensor, sem ser tocado. Ele enganou o juiz, que marcou o pênalti que deu a vitória ao time carioca por 2 a 1 sobre o Bahia, em Pituaçu.
Na 25ª rodada, foi a vez de Wellington Paulista, do Cruzeiro, lançar mão da manobra, mas sem sucesso. Ao invadir a área e ser abafado pelo zagueiro Dedé e o goleiro Fernando Prass, do Vasco, ele se jogou. Só que o árbitro estava esperto e puniu o atacante com o cartão amarelo, no empate por 1 a 1, no Melão. Fechando a lista, Fred, do Fluminense, mostrou que artilheiro também tenta ser malandro. No triunfo por 1 a 0 sobre o Inter, no Beira-Rio, pela 23ª rodada, o atacante deu um drible em Nei na linha de fundo e entrou na área. Na corrida, deixou a perna para o choque e pulou de barriga, em vão.
- Ele tocou a minha perna antes, por trás. Mas, na hora de cair, eu dei uma de Cielo. Foi um peixinho mesmo. Acho que eu forcei tanto a queda que ficou meio cara de pau - disse Fred, em entrevista ao .