Greg Garza, hoje no Tijuana, já defendeu as cores
do São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)
Pode um duelo entre o Palmeiras, clube de 99 anos de história, e o Tijuana, novato da Libertadores, fundado em 2007, ser considerado um clássico? Pode. Ao menos para o lateral-esquerdo Gregory Garza. Aos 21 anos, Greg já rodou boa parte do mundo. E nessas andanças, passou um ano no São Paulo, um dos mais tradicionais rivais do adversário da noite desta terça-feira (o jogo começa às 22h30m, horário de Brasília).
O jovem nasceu nos Estados Unidos, morou no Brasil e se casou com uma brasileira que conheceu em Portugal. Hoje, atua no México, país de seu pai. Fala inglês, espanhol e um português que mescla o sotaque brasileiro com o do país europeu. Aos 12 anos, era treinado no Dallas pelo brasileiro Teodoro, volante do São Paulo por dez anos na década de 1970. Foi ele o responsável para que o garoto desembarcasse no Morumbi.
- Até hoje falo que o São Paulo é meu time do coração. No primeiro dia, eu não falava nada em português, mas me receberam como uma família. Cresci muito como jogador e ainda mais como pessoa. Tenho boas lembranças.
A história de Greg é tão inusitada que até os 11 anos ele era um promissor jogador de beisebol, esporte tradicional em seu país. Teodoro insistiu para que ele optasse pelo futebol, pois via talento em seu pé esquerdo. No ano seguinte, o menino morou com a mãe no centro da cidade de São Paulo, enquanto treinava no Morumbi. Na época ainda não existia o famoso CT de Cotia, que hoje abriga todas as categorias de base do clube.
Em campo, o garoto norte-americano dividia espaço com jogadores como Oscar, hoje no Chelsea e titular da seleção brasileira, e o volante Wellington, um dos destaques do Tricolor. Também se recorda bastante do goleiro Léo, que atualmente é reserva de Rogério Ceni e Denis.
Greg ao lado de Rogério Ceni na época em que
atuou pelo São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)
- Fiquei um bom tempo com eles e isso me ajudou a aprender a jogar muito bem futebol.
Garza voltou para o Dallas e acabou disputando o Mundial Sub-17 pela seleção dos Estados Unidos. Sem contrato profissional, foi contratado pelo Sporting, de Portugal, onde deixou de ser meia e virou lateral-esquerdo, além de ter conhecido sua atual esposa brasileira. Apesar da rodagem, é o São Paulo, segundo ele, que ainda está em seu coração. Por isso, o duelo contra o Palmeiras vale mais do que uma vaga nas quartas de final da Libertadores.
- É mais que um clássico. Principalmente porque é um time brasileiro, todos são muito fortes. Para mim é uma rivalidade muito grande.
Só que Garza não poderá ajudar o Tijuana, pelo menos no jogo do México. Ele ainda se recupera de uma lesão muscular na coxa e espera estar à disposição do técnico argentino Antonio Mohamad para a partida de volta, dia 14, no Pacaembu. Neste ano, o jovem já visitou o estádio para enfrentar o Corinthians, outro rival do seu Tricolor. Em campo, derrota por 3 a 0. Fora dele, o reencontro com a cidade onde morou há nove anos.
- Foi a primeira vez que fui a São Paulo desde que saí do clube. Sinto muita saudade, são muitas lembranças, apenas bons sentimentos. Nas férias irei a Brasília com minha mulher, quem sabe consigo visitar São Paulo.
Americano Greg Garza, hoje no Tijuana, do México, já atuou pelo São Paulo (Foto: Alexandre Lozetti)