Adversários nesta quarta-feira, às 22h, no Morumbi, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores, São Paulo e Atlético-MG protagonizaram uma das finais mais emocionantes da história do futebol brasileiro: a do Campeonato Brasileiro de 1977. Goleiros naquela decisão, Waldir Peres, do Tricolor, e João Leite, do Galo, vêem uma semelhança com o duelo atual: o time mineiro é melhor do que o paulista, que acabou contrariando as previsões e ficou com o título..
- Aquela final tinha uma situação quase idêntica à de agora: o Atlético-MG era melhor, e o São Paulo não tinha feito uma grande competição. É difícil fazer um prognóstico para o jogo desta quarta-feira. O São Paulo vai ter de assumir que tem um time pior e se impor em campo - falou Waldir Peres.
Naquela decisão, realizada no dia 5 de março de 1978, o São Paulo viajou para Belo Horizonte como “azarão”. O Atlético-MG era considerado franco favorito. Com a bola rolando, no entanto, o Tricolor se impôs em campo, segurou o 0 a 0 no tempo normal, na prorrogação e venceu nos pênaltis por 3 a 2, conquistando pela primeira vez o Campeonato Brasileiro (no total, o São Paulo tem seis títulos). Assista às cobranças no vídeo acima.
- O time do Atlético é muito qualificado e tem jogadores sobrando. Atletas que podem entrar, mudar e não tem perda para a equipe. Então, o Atlético-MG tem todas as condições de vencer o São Paulo, mesmo a partida sendo no Morumbi - avaliou João Leite.
É claro que o duelo desta quarta-feira, entre São Paulo e Atlético-MG, não tem a mesma importância de uma final. Mas é tratado como tal. Principalmente pelos paulistas. Afinal, o time do Morumbi precisa vencer os mineiros, já classificados, e ainda torcer por uma combinação de resultados na partida do Arsenal de Sarandí e The Strongest. Se passar, o Tricolor encara o Galo nas oitavas de final.
Lembranças
João Leite relembra final de 1977
(Foto: Leonardo Simonini / GLOBOESPORTE.COM)
O Atlético tinha, sim, um time melhor do que o São Paulo naquele Campeonato Brasileiro de 1977. Mas foi vice-campeão. João Leite lembra com dor ainda daquela decisão. Em especial pela violência que alega não ter sido coibida pela arbitragem.
- Foi um jogo muito violento. Temos o vídeo que mostra isso. O São Paulo tinha um time muito forte fisicamente, e o Atlético era muito rápido. Só que não foi coibida a violência. O São Paulo jogou com força exagerada e o campo pesado facilitou a partida para eles – falou João Leite.
Waldir Peres admite que o jogo foi pegado. Muito pela postura do São Paulo ter de se impor ao forte Atlético-MG fora de casa. O ex-goleiro do Tricolor lembra ainda que o atacante Serginho Chulapa, suspenso, viajou com a delegação e apareceu com roupa de jogo para despistar. Os mineiros quiseram até colocar Reinaldo, também suspenso. No fim, nenhum dos dois entrou em campo.
Waldir Peres fala sobre pressão de 1977
(Foto: Thiago Braga/Sportv.com)
- Levamos o Chulapa para o jogo. Aí ficou aquele mistério se ele iria jogar. Os caras do Atlético-MG queriam, então, colocar o Reinaldo. Mas nenhum dos dois podia entrar em campo. Com toda a pressão do pré-jogo e, depois, do Mineirão lotado, conseguimos levar a decisão para os pênaltis e vencer - acrescentou Peres.
Faça as contas
Para avançar ao mata-mata da Libertadores, o São Paulo precisa vencer o Atlético-MG e torcer por uma derrota do Strongest para o Arsenal, na Argentina. Outra possibilidade de classificação viria com vitória por dois gols de diferença no Morumbi e empate do Strongest na Argentina. Assim, o Tricolor teria um saldo melhor que os bolivianos.
Há uma combinação de resultados que pode levar para sorteio. Para isso, o São Paulo precisaria vencer por 2 a 1, e o jogo na Argentina teria de terminar empatado em 1 a 1. Assim, Tricolor e Strongest ficariam iguais em tudo: pontos, saldo de gols, maior número de gols a favor e maior número de gols fora de casa. Clique aqui e use o Simulador para ver todas as combinações possíveis.