Em novembro de 2002, o ex-lateral-esquerdo Serginho deixava claro o seu desejo de não ser mais convocado para a seleção brasileira. Sentindo-se desvalorizado após não ter sido lembrado na convocação para a Copa do Mundo daquele ano, realizada no Japão e na Coreia do Sul, o jogador chegou a enviar uma carta à Confederação Brasileira de Futebol para oficializar o pedido.
Mais de dez anos depois, o ex-jogador afirma ter sido acertada a decisão, apesar de reconhecer que a boa fase no Milan, equipe italiana que defendeu entre 1998 e 2008, lhe dava condições para disputar uma vaga na Copa de 2006, na Alemanha.
- Era um momento que eu tinha na minha cabeça. O Brasil foi campeão mundial (2002) e, ao término da competição, houve mais uma convocação para uma entrega de faixas na Coreia. Chamaram os mesmos 23 jogadores mais eu e o Zé Roberto. Achei que não era o momento propício para voltar, já tinha 32 anos, e nunca me senti muito valorizado na seleção, até por escolha minha mesmo, por ter me dedicado mais ao meu clube - recorda o ex-jogador de São Paulo e Milan, em entrevista ao .
Serginho comemora gol do Milan em partida
comemorativa (Foto: AFP)
Antes de abdicar da seleção brasileira, Serginho foi campeão, em 1999, da Copa América e da Copa das Confederações daquele ano. O lateral chegou a disputar as Eliminatórias para o Mundial de 2002, mas viu Júnior levar sua vaga na convocação final feita pelo então técnico Luiz Felipe Scolari.
Apesar de não ter vestido mais a camisa do Brasil, o ex-jogador destaca os títulos no Milan como compensação. Serginho foi bicampeão da Liga dos Campeões da Europa (2003 e 2007) e ergueu o caneco do Campeonato Italiano em 2004.
- São coisas que acontecem no futebol. Logo depois, o Milan foi protagonista nos anos seguintes, ganhamos a Champions, sempre ganhando tudo, e minha participação foi fundamental. Levantou-se, novamente, a especulação para minha pré-convocação para a Copa de 2006, mas já tinha tomado a minha decisão - admite.
Serginho afirmou que não sente arrependimento ao acompanhar as partidas da seleção. O ex-lateral afirmou não ter se comovido ao ver o choro do goleiro Julio César durante o hino antes da estreia do Brasil na Copa das Confederações, contra o Japão, no estádio Mané Garrincha.
- Minha decisão foi pensada e repensada várias vezes, conversei com familiares. É bonito de ver por ele ser um atleta que tem sua importância na seleção brasileira. Mas a minha história foi completamente diferente da dele.