Estádios em obras no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. A média de público do Campeonato Brasileiro é de apenas 12.779 pagantes em 2012. No ano passado, esteve em 14.160. Para os convidados do , a redução de quase 10% se resume ao fechamento de algumas das principais arenas esportivas do país, para a Copa do Mundo de 2014: principalmente, o Maracanã.
- O Fluminense fez um grande campeonato, mas o carioca não se acostumou ao Engenhão. Esse é um problema sério. O estádio não lota. A torcida do Atlético lota o estádio, mas o Independencia tem um limite. Não tem a mesma capacidade do Mineirão. O Inter só usa um terço do Beira-Rio - afirmou o comentarista do SporTV Lédio Carmona.
Engenhão vazio para a partida entre Botafogo e Figueirense (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Dono da maior torcida do país, o Flamengo é apenas o oitavo em público. Líder do Brasileirão, o Fluminense é o 12º na lista. Botafogo e Vasco aparecem em 14º e 16º, respectivamente.
- O campeonato foi prejudicado por interrupções e em boa parte do ano esteve em segundo plano. Tivemos Eurocopa, final da Libertadores, Olimpíadas, tudo isso divide as atenções. Foi um ano acidentado no calendário. Mas não existe uma explicação completa. Não dá para entender como um campeonato forte como o Brasileiro tem público tão pequeno - disse Lédio Carmona.
Para o colunista da "Folha de S.Paulo" Fábio Seixas, falta estrutura ao bairro do Engenho de Dentro para receber as partidas de Flamengo, Fluminense e Botafogo.
- O problema é toda a dificuldade de ir ao estádio. No Engenhão, por exemplo, fizeram um estádio e não deram condições ao bairro. Você tem que deixar carro com "flanelinha", corre o risco de ter o carro riscado, paga caro no ingresso e pode levar borrachada de policial na saída. Os pontos negativos são maiores que os atrativos de ir ao jogo
O editor do jornal "O Globo" Toninho Nascimento também identifica o Rio de Janeiro como a cidade com maior problemas de público e usa o Fluminense como exemplo.
- O primeiro motivo é que vários locais estão sem seus melhores estádios. Se o Maracanã estivesse aberto, a média do Fluminense poderia ser o dobro. Acho que a média de público vai crescer muito com a proximidade da Copa e com a abertura dos novos estádios.
Os números comprovam a tese do jornalista. Em 2010, no ano em que foi campeão brasileiro pela última vez, o Tricolor das Laranjeiras mandou seus jogos do primeiro turno no Maracanã. Todo o segundo turno foi no Engenhão. Com essa divisão, a média foi de 22.993 pagantes. Neste ano, somente com o estádio do Engenho de Dentro, a média está em 12.109.
Telmo Zanini: até o Corinthians teve diminuição de público
Corinthians: o líder em público também teve redução
em relação a 2011 (Foto: EFE)
O comentarista do SporTV Telmo Zanini cita o fechamento de parte do Beira-Rio e lembra que, mesmo com o Corinthians na liderança do ranking de 2012, até a média do Timão não é mais a mesma de 2011, quando foi campeão brasileiro.
- Não é desinteresse pelo campeonato, é falta de estádios. O Beira-Rio colocava 30 mil por jogo e agora coloca 8 mil. Onde tem estádio, tem público. Além disso, o Corinthians é a melhor média de público, mas não está disputando o título. A média do ano passado foi maior.
O Corinthians, em 2012, leva em média 24.885 pagantes ao Pacaembu. No ano passado, a média estava em 29.424. Mas, em ocupação, o líder é o Atlético-MG. A torcida do Galo comprou 79% das cadeiras do Independência.
- Embora a média de público tenha caído, tivemos boas notícias, como a volta do Independência, principalmente. O que a torcida do Atlético fez neste campeonato foi ótimo - afirmou Fábio Seixas.
O novo Mineirão terá capacidade para 62.170 pessoas. Se mantiver a taxa de ocupação atual, a média de público do Atlético em 2013, será de mais de 49 mil torcedores. Hoje está em 18.272 pagantes.
Torcida do Atlético-MG ocupa 79% do Independência (Foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG)