As eliminações seguidas no Paulista, quando perdeu para o Corinthians nos pênaltis, e na Libertadores, tendo sido goleado pelo Atlético-MG, provocou profundas mudanças no São Paulo. O clube afastou sete jogadores, mas a princípio a crise não respingou no técnico Ney Franco. Ele foi mantido no cargo. Para Wagner Vilaron, a diretoria acertou porque, entre outras coisas, Ney não é o único responsável pela derrocada tricolor na última semana.
- Acho que o Ney, em determinados momentos, pisou na bola. Acho que ele tem essa consciência, principalmente na estratégia de jogo, na armação da equipe. Só que eu acho que o Ney não errou sozinho. Acho que muitos jogadores, especialmente aqueles que você esperava bastante, pisaram na bola. A diretoria em vários momentos também não foi bem. Então é um conjunto de gente errando por todos os lados que resultou nessas duas eliminações. E o Ney acabou se tornando mais uma peça nesse emaranhado. Acredito que vale a pena manter o Ney. Só que não estou certo se foi por convicção ou por falta de opção – falou Vilaron.
- O Ney me decepcionou muito com algumas atitudes no final desse Paulista e Libertadores. Seja na escalação do Douglas como meia, onde ela não rende como na lateral, seja na falta de oportunidades para o Wallyson e outros jogadores de velocidade, e aí eu não estou avaliando o momento do jogador, mas o jeitão de arrumar o time. Ou até nas substituições. Fazer as duas últimas substituições quando já estava 3 a 0 (para o Atlético-MG), você está jogando para a torcida, não está tentando mudar resultado nenhum – listou Caio Ribeiro.
Ney Franco foi contratado na metade de 2012 e já comandou o São Paulo em 71 jogos, com 37 vitórias, 15 empates e 19 derrotas, com um aproveitamento de 59% dos pontos disputados. Conquistou o título da Copa Sul-Americana de 2012. Por conta disso, Caio defende a permanência do treinador, mesmo com a sombra de Mano Menezes, desempregado desde que foi demitido da seleção brasileira.
Apesar da semana desastrosa, Ney Franco foi mantido no cargo (Foto: Bruno Cantini/Agência Estado)
- O Ney é um cara sério, trabalhador, de bom diálogo, mas que tem que rever alguns conceitos que podem prejudicá-lo no futuro. Então nesse sentido, e vendo potencial no Ney, talvez a diretoria tenha acertado. Apesar de você ter o Mano Menezes dando sopa aí no mercado, que é um treinador que eu vejo diferente, acima do Ney – finalizou o comentarista.
Os jogadores afastados pela diretoria são: João Filipe (zagueiro), Cañete (meia), Wallyson (atacante), Fabrício (volante), Cortez (lateral-esquerdo), Luiz Eduardo (zagueiro) e Henrique Miranda (lateral-esquerdo). Todos serão negociados.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o presidente Juvenal Juvêncio também anunciou outras medidas. A partir de segunda-feira, o elenco ficará em regime de concentração no CT de Cotia. O período só terminará na véspera da estreia do Tricolor no Campeonato Brasileiro, dia 26, contra a Ponte Preta.