Os cabelos longos ficaram para trás, e o campo que ele se dedica não é mais o de futebol. Os anos se passaram, e muita coisa mudou para Alcindo, o ex-jogador de Flamengo, São Paulo, Grêmio, Corinthians e Fluminense e que se tornou ídolo do futebol japonês na década de 90 ao lado de Zico.
Morando na pequena São Miguel do Iguaçu de 25 mil habitantes, no oeste do Paraná, Alcindo leva uma vida pacata administrando a fazenda que comprou com a família e a empresa de insumos agrícolas no qual é sócio. Em meio à sua propriedade, o jogador construiu uma casa espaçosa e confortável onde recebe os amigos, muitos deles do meio futebolístico.
Alcindo da duro na fazenda onde mora e trabalha
(Foto: reprodução RPCTV)
- O Sócrates veio aqui. Ficou aqui uns dias - relembra.
Alcindo começou a carreira pelo Flamengo em meio aos grandes craques do Rubro-Negro em meados da década 80. Foi comparado a Renato Gaúcho e até considerado seu sucessor na camisa do Flamengo, mas nunca se firmou no clube. Depois, ele se transferiu para São Paulo e, em seguida, para o Grêmio, onde jogou até 1994, quando foi para o Kashima Antlers, do Japão, a convite do amigo Zico.
Alcindo se encontrou do outro lado do mundo. Seu futebol e o estilo “cabeludo careca” conquistaram os japoneses, que o elevaram a condição de ídolo. Além do Kashima, ele também passou pelo Verdy Kawasaki e Consadole Sapporo.
De volta ao Brasil, ainda passou pelo Corinthians em 1996, Fluminense, voltou ao Japão e encerrou a carreira no ano 2000, no CRZ, ex-time do seu amigo Zico.
Todo dia estou aprendendo alguma coisa, principalmente lidar com pessoas. Sempre conversando e dialogando. E sou apenas mais um no meio deles"
Alcindo
Após o fim da carreira, Alcindo fez um caminho de volta às suas origens. Nascido na cidade de Medianeira, também no oeste do Paraná, ele foi ao encontro dos pais e do resto da família que ficou na região. De tradição agrícola, Alcindo abraçou a nova carreira que, aos 45 anos, conta estar aprendendo dia a dia.
- Todo dia estou aprendendo alguma coisa, principalmente lidar com pessoas. Sempre conversando e dialogando. E sou apenas mais um no meio deles, que já estão há 30 anos.
Apesar de muitos anos fora do Brasil, Alcindo não sai de casa sem ser parado e reconhecido pelos moradores de São Miguel do Iguaçu. Muitos, conta ele, se surpreendem com a presença do jogador em meio à cidade de pouco mais de 25 mil habitantes.
- O pessoal quando me vê, diz: ‘Nossa, mas você aqui em São Miguel?’. Eu digo: ‘O que quê tem?’.
Cada um escolhe um lugar para morar. Fui nascido e criado a trinta quilômetros daqui. E acabei voltando às origens.