Depois de conquistar o estado, o Brasil, a América e o mundo com a camisa do São Paulo, Raí rumou para a Europa e brilhou com as cores do Paris Saint-Germain. Com apenas um título, mas já com o carinho da torcida tricolor, Lucas está pronto para seguir os passos do ídolo e tem total confiança do fã para cair nas graças dos torcedores do PSG.
"Não tenho nenhuma dúvida que ele vai fazer o povo sonhar. Já imagino a torcida vibrando com sua velocidade e seus dribles. Ele provoca bastante e isso é bonito. Mas também é um jogador carismático, muito amado pela torcida. É genial ver que o PSG vai reencontrar essa tradição de jogadores brasileiros que têm carisma", prevê o Terror do Morumbi.
Se Lucas está ansioso para se apresentar ao clube francês, o que deve acontecer no dia 28 deste mês durante a inter-temporada da equipe em Doha, no Catar, a imprensa local também não esconde a expectativa para ver de perto o futebol de mais uma promessa do futebol brasileiro. E para mexer com a imaginação de são-paulinos e parisienses, o jornal L’Equipe promoveu um encontro de gerações entre Lucas e Raí.
Impressionado com a postura do garoto por não ter perdido o foco no São Paulo, chegando a ser o craque da decisão da Copa Sul-americana, o ex-camisa 10 lembrou das semelhanças de sua transferência para a França na década de 1990.
"Eu já tinha assinado com o PSG, mas fiquei um tempo no São Paulo, e também coma Seleção para as Eliminatórias para a Copa de 94. A imprensa e a torcida se perguntavam se eu já não estava com a cabeça em Paris. Poderia ter sido o mesmo com o Lucas, mas ele conseguiu gerenciar a situação. Ele até elevou o seu nível de jogo e se recusou a dar entrevistas sobre o PSG, o que mostra a sua maturidade. É um agito difícil de controlar", exaltou Raí.Após quase seis meses de espera, Lucas já não segura a ansiedade e, depois de cumprir sua promessa no Tricolor ao sair com um título, não vê a hora de retribuir os 43 milhões de euros (cerca de R$ 107,8 milhões) investidos pela equipe da capital francesa: "Estou ansioso, já tenho vontade de estar lá. Quero provar que o PSG acertou ao apostar em mim."
Enquanto Raí brilhava no Japão ao liderar o Tricolor na vitória sobre o Barcelona no Mundial de 1992, Lucas completava alguns meses de vida. A diferença de idade, porém, não impede o meia-atacante de ter o Terror do Morumbi como ídolo. "Não é por acaso que você é um ídolo de todos os brasileiros. Meu pai me fala sempre de você, com admiração", declarou o jovem de 20 anos.
A troca de elogios continuou com a aposta de Raí na rápida adaptação de Lucas a Paris e elegeu as principais qualidades do craque. "Lucas poderia ser meu filho, tenho orgulho dele. Ele tem algo a mais que comentei com o Leonardo (dirigente do PSG): sua inteligência. Não é só o talento que faz a diferença, mas a facilidade de se integrar. Ele vai perfeitamente se integrar ao sistema parisiense, pois é um jogador muito rápido e técnico, possui uma resistência natural importante. Tem tudo para virar ídolo da torcida. É polivalente, pode mudar de lado e ainda por cima é goleador", ressaltou o ex-jogador, ídolo e agora fã de seu ''herdeiro''.