Não havia jogo. Nenhum jogador estava no gramado, muito menos uma grande estrela do futebol mundial havia acabado de ser contratada. Mas a sede do pequeno Arsenal, no bairro de Sarandí, se agitou quando Jorge Bergoglio foi anunciado como o novo papa. Um “torcedor” único fez a festa. Damián Visconti, hoje segurança do clube, foi coroinha de Francisco I na catedral de Buenos Aires.
- Foi uma emoção muito grande quando ele apareceu como papa. Tenho certeza de que toda a Argentina está muito feliz – disse.
Damián na sede do Arsenal de Sarandí, onde trabalha como segurança (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
Católico fervoroso, Damián conheceu Jorge Mario Bergoglio na adolescência. Por influência da mãe, se tornou auxiliar dos padres em cerimônias religiosas. A experiência de acompanhar o então bispo da capital argentina marcou a vida do hoje segurança do pequeno clube que enfrentará o São Paulo, quinta-feira, pela Libertadores.
- Eu tinha 15 anos e era o responsável por carregar a bandeja com as hóstias que seriam entregues aos fieis. Minha mãe o adora. Bergoglio sempre foi muito atencioso. Nunca o vi levantar a voz para ninguém – ressaltou.
O ex-coroinha acredita que a chegada de um argentino ao poder será importante para o povo resgatar seu espírito patriótico em virtude dos momentos de dificuldades por conta da crise financeira. Função que, até agora, vinha sendo exercida por Messi.
- O argentino tem muita fé. Um papa vai ajudar na melhoria da religião na América Latina e no significado de ser argentino. O povo precisava muito disso.
