segunda-feira, 13 de maio de 2013

Futebol em Santa Catarina vai ter apenas gandulas mulheres em jogos

Gandulas SC Catarinense (Foto: João Lucas Cardoso)Mulheres vão atuar como gandulas em Santa Catarina (Foto: João Lucas Cardoso)

As partidas de futebol em Santa Catarina vão contar com mais charme. Na primeira partida da final do Catarinense, em que o Criciúma venceu a Chapecoense por 2 a 0, meninas fizeram os trabalhos de gandulas. A medida para conter retardos na reposição de bola ou gerar reclamações entre os clubes passa a valer em todos os jogos realizados no estado. A Federação Catarinense de Futebol (FCF) aprovou a experiência. Tanto que vai fazer valer a escolha para jogos das séries A, B e D do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil também.

- Fizemos a opção para as finais para conter casos de agressão à gandulas, como ocorreu na semifinal entre Chapecoense e Figueirense e vamos colocar meninas em todos os jogos realizados no estado, inclusive em competições nacionais. Gostaríamos de ter feito isso desde o início deste Campeonato Catarinense.  Fica mais bonito e a torcida gosta – justifica o presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho.

Um grupo de seis jovens estudantes de universidade e faculdade de Criciúma foram as ‘cobaias’. Estudantes de cursos de Educação Física e amigas que cursam Administração em Comércio Exterior estiveram ao redor do gramado do Heriberto Hülse para entregar a bola aos marmanjos na primeira partida da final do Campeonato Catarinense. O grupo teve Marisa de Sousa à frente. Ela gostou de ser gandula ainda antes de estar em ação.

- Quando me fizeram o convite, topei na mesma hora. Por mais que seja para fazer algo simples, é legal participar, ainda que de uma forma indireta. Antes, até pesquisei sobre a função na internet – conta a estudante da terceira fase de Educação Física da Unesc, de Criciúma.

Gandulas SC Catarinense (Foto: João Lucas Cardoso)Juliane espera a vez de entrar em cena
como gandula (Foto: João Lucas Cardoso)

Companheira de reposição, Juliane Romagno, de 18 anos, não via dificuldade de exercer a função. Antes do primeiro jogo com a medida, estava ansiosa pela primeira vez como gandula. Ela foi selecionada pela Liga Atlética da Região Mineira (Larm), entidade que representa a federação do estado na região de Criciúma. A moça que estuda Administração em Comércio Exterior e suas colegas estiveram com a atenção voltada ao movimento dentro de campo no decorrer do jogo para não falhar na missão de 90 minutos.

- Enquanto eles jogam, a gente fica atenta. Quando a bola sai, a gente vai e pega a bola. Não tem dificuldade – assegura.

O técnico Vadão aprovou a participação de meninas ainda antes de ela ter sido colocada em prática. Para o comandante do Criciúma, o toque feminino é positivo ao espetáculo. Tanto na parte técnica quanto visual.

- Esse negócio de esconder e sumir com bola, eu não gosto. Acho que está muito certo. Que venham pessoas diferentes, que não estejam ligadas ao clube e que façam o trabalho corretamente. Assim não tem problema e nem polêmica. Espero que as meninas sejam bonitas também – disse o treinador.

O sexteto que também teve Bruno Filastro e Camila Maffioletti, ambas de 18 anos, pode reaparecer no próximo jogo no Heriberto Hülse, no meio de semana. Na quarta-feira, o Criciúma recebe o São Bernardo pela Copa do Brasil. Para o segundo jogo da final do Campeonato Catarinense, meninas de Chapecó serão selecionadas para estar ao redor das quatro linhas do estádio Índio Condá.

Gandulas SC Catarinense (Foto: João Lucas Cardoso)Gandulas exibem expectativa de estar em ação em jogo (Foto: João Lucas Cardoso)