Mulheres vão atuar como gandulas em Santa Catarina (Foto: João Lucas Cardoso)
As partidas de futebol em Santa Catarina vão contar com mais charme. Na primeira partida da final do Catarinense, em que o Criciúma venceu a Chapecoense por 2 a 0, meninas fizeram os trabalhos de gandulas. A medida para conter retardos na reposição de bola ou gerar reclamações entre os clubes passa a valer em todos os jogos realizados no estado. A Federação Catarinense de Futebol (FCF) aprovou a experiência. Tanto que vai fazer valer a escolha para jogos das séries A, B e D do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil também.
- Fizemos a opção para as finais para conter casos de agressão à gandulas, como ocorreu na semifinal entre Chapecoense e Figueirense e vamos colocar meninas em todos os jogos realizados no estado, inclusive em competições nacionais. Gostaríamos de ter feito isso desde o início deste Campeonato Catarinense. Fica mais bonito e a torcida gosta – justifica o presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho.
Um grupo de seis jovens estudantes de universidade e faculdade de Criciúma foram as ‘cobaias’. Estudantes de cursos de Educação Física e amigas que cursam Administração em Comércio Exterior estiveram ao redor do gramado do Heriberto Hülse para entregar a bola aos marmanjos na primeira partida da final do Campeonato Catarinense. O grupo teve Marisa de Sousa à frente. Ela gostou de ser gandula ainda antes de estar em ação.
- Quando me fizeram o convite, topei na mesma hora. Por mais que seja para fazer algo simples, é legal participar, ainda que de uma forma indireta. Antes, até pesquisei sobre a função na internet – conta a estudante da terceira fase de Educação Física da Unesc, de Criciúma.
Juliane espera a vez de entrar em cena
como gandula (Foto: João Lucas Cardoso)
Companheira de reposição, Juliane Romagno, de 18 anos, não via dificuldade de exercer a função. Antes do primeiro jogo com a medida, estava ansiosa pela primeira vez como gandula. Ela foi selecionada pela Liga Atlética da Região Mineira (Larm), entidade que representa a federação do estado na região de Criciúma. A moça que estuda Administração em Comércio Exterior e suas colegas estiveram com a atenção voltada ao movimento dentro de campo no decorrer do jogo para não falhar na missão de 90 minutos.
- Enquanto eles jogam, a gente fica atenta. Quando a bola sai, a gente vai e pega a bola. Não tem dificuldade – assegura.
O técnico Vadão aprovou a participação de meninas ainda antes de ela ter sido colocada em prática. Para o comandante do Criciúma, o toque feminino é positivo ao espetáculo. Tanto na parte técnica quanto visual.
- Esse negócio de esconder e sumir com bola, eu não gosto. Acho que está muito certo. Que venham pessoas diferentes, que não estejam ligadas ao clube e que façam o trabalho corretamente. Assim não tem problema e nem polêmica. Espero que as meninas sejam bonitas também – disse o treinador.
O sexteto que também teve Bruno Filastro e Camila Maffioletti, ambas de 18 anos, pode reaparecer no próximo jogo no Heriberto Hülse, no meio de semana. Na quarta-feira, o Criciúma recebe o São Bernardo pela Copa do Brasil. Para o segundo jogo da final do Campeonato Catarinense, meninas de Chapecó serão selecionadas para estar ao redor das quatro linhas do estádio Índio Condá.
Gandulas exibem expectativa de estar em ação em jogo (Foto: João Lucas Cardoso)