Ney Franco conversa com elenco do São Paulo
(Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
Em duas semanas, Ney Franco terá a missão de colocar o São Paulo nos trilhos novamente. Considerado um dos favoritos aos títulos do Paulistão e da Libertadores, o Tricolor fracassou nos dois torneios e mergulhou na crise, com jogadores dispensados e estrelas na berlinda. Para acabar com os problemas do elenco e finalmente fazer a equipe engrenar, treinador e diretoria optaram por isolar o grupo no CT de Cotia a partir desta segunda-feira à tarde.
Os jogadores ganharam folga sábado e domingo. A próxima liberação será apenas no dia 26 de maio, depois da estreia no Brasileirão, contra a Ponte Preta, às 16h, em Campinas. Até lá, ninguém sai da concentração, uma espécie de intertemporada forçada em virtude das seguidas eliminações para Corinthians e Atlético-MG.
Mais do que intensificar os treinamentos, Ney Franco tenta também trazer o elenco para o lado dele. O técnico perdeu força ao longo do primeiro semestre por causa das constantes mudanças no time e passou a ser questionado internamente. Paulo Henrique Ganso, Lúcio e Fabrício (dispensado) esbravejaram contra alterações feitas durante os jogos e expuseram o ambiente pesado.
Outra missão será recuperar uma das principais peças, o centroavante Luis Fabiano. Artilheiro da equipe na temporada, com 13 gols, o atacante vive mau momento e não esconde a cara de descontente. Membros da comissão técnica acreditam que o jogador está desmotivado. A diretoria, aliás, já deixou claro que, se receber uma boa proposta, venderá o camisa 9.
Apesar da confiança demonstrada pelo presidente Juvenal Juvêncio na entrevista coletiva da última sexta-feira, Ney Franco também está na mira da diretoria. A permanência dele é uma tentativa da direção de apagar a má impressão deixada com as seguidas mudanças de comando desde o fim da era Muricy Ramalho – passaram pelo clube Ricardo Gomes, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista e Emerson Leão, além dos interinos Milton Cruz e Sérgio Baresi.
– Se fosse em uma outra época, pode ser que o Ney não continuasse. Ele é bom. Se não fosse bom, estaria na rua também. Aqui não tem culto à personalidade, ser meu amigo, comer em restaurante. O Ney tem mostrado competência e seriedade. Enquanto for assim, será nosso técnico – disse o dirigente.
Uma sequêcia ruim de resultados logo no início do Brasileirão pode custar o emprego ao treinador. As primeiras rodadas não são nada tranquilas: o Tricolor enfrenta a Ponte Preta, em Campinas, depois recebe o Vasco, no Morumbi, e em seguida vai novamente a Belo Horizonte enfrentar Atlético-MG, seu algoz na Libertadores.