Tardelli sabe a força do São Paulo na Libertadores
(Foto: Ernesto Rodrigues / Agência Estado)
Diego Tardelli nasceu e cresceu no futebol no São Paulo, há dez anos. Fez gol em final de Libertadores, foi contestado, afastado, reintegrado, elogiado, criticado, negociado... A partir desta quinta, no Morumbi, o atacante do Atlético-MG terá, em dois jogos, a missão de levar seu time às quartas-de-final da Libertadores diante do clube que o criou e que o fez viver tantas emoções no início de carreira.
Recuperado de um estiramento no músculo posterior da coxa direita - sofrido na vitória sobre o Arsenal, da Argentina, em Belo Horizonte -, o atacante atleticano garante não vai pisar no gramado do Morumbi com mágoa. Dos 140 jogos que fez pelo São Paulo, em quase metade foi reserva (67). Nunca foi uma unanimidade.
- Queria ter o status que tenho no Atlético hoje na minha época de São Paulo, mas acho que, pela minha imaturidade, as coisas não deram muito certo. Hoje aqui minha vida mudou, meu maior rival é o São Paulo e em Belo Horizonte só se fala deste jogo, as pessoas me param na rua cobrando uma vitória nestas oitavas de final - disse o atacante, autor de seis gols nesta sua segunda passagem pelo Galo.
Para Tardelli, uma conquista com o Galo teria peso maior do que o título de 2005, quando marcou um gol na decisão contra o Atlético-PR.
- A torcida me idolatra aqui, sei o que significaria ganhar este título pelo Atlético-MG. Ganhei a Libertadores pelo São Paulo, tenho carinho pelo clube, mas não foi tão importante para mim como seria ganhar aqui. Tem um peso diferente ganhar sendo referência, sendo ídolo dos torcedores - completou.
A seu favor, Diego Tardelli conta no elenco atleticano com uma legião de ex-são-paulinos. Josué, Richarlyson e Júnior César também já passaram pelo clube do Morumbi e disputaram uma Libertadores pelo próximo rival. Todos sabem da força do seu adversário, especialmente nesta competição.
- Nós conversamos sobre isso no treino. Sabemos que este jogo no Morumbi vai ser complicado, o São Paulo cresce jogando em sua casa, ainda mais na Libertadores, competição em que a premiação é alta, os jogadores correm mais... Mas temos de igualar a maneira deles de atuar lá dentro, fazer tudo o que não fizemos no primeiro jogo, para levar a decisão para Belo Horizonte.
Na memória dos atleticanos ainda está o último jogo da fase de classificação: derrota por 2 a 0 e péssima atuação da equipe. Diego Tardelli não esteve em campo. Ficou em Belo Horizonte, recuperando-se do seu problema muscular, mas, de longe, viu um Galo apático, sem alma, que pouco incomodou o goleiro Rogério Ceni (veja ao lado como foi a partida).
Naquele dia nada deu certo, do goleiro ao atacante. Poderíamos estar jogando até agora que nada ia mudar"
Pra piorar, o Atlético perdeu a chance de eliminar o rival e fazer, teoricamente, uma etapa mais tranquila contra o Arsenal, da Argentina, equipe que goleou duas vezes na fase de classificação.
- Nos dois primeiros dias aquela derrota abalou bastante a gente. Dava para notar a tristeza no rosto das pessoas aqui no clube. Mas, agora, passou. Tenho certeza que uma atuação ruim daquela não vai mais se repetir. Naquele dia nada deu certo, do goleiro ao atacante. Poderíamos estar jogando até agora que nada ia mudar - analisou Tardelli.
- Mas o nosso time continua forte, ainda mais dentro de casa. Tenho certeza de que aquele tipo de atuação não vai mais se repetir. E, se jogarmos como estávamos jogando antes, fica mais difícil vencer a nossa equipe. A partir de agora não tem mais favorito - completou.
Pelo carinho da torcida, Tardelli diz que título pelo Galo seria mais gostoso (Foto: Leonardo Simonini)