Diego Ferreira no puede frenar a Cortez / Getty
O dirigente são-paulino João Paulo de Jesus Lopes desmentiu a versão da equipe argentina, afirmando que houve uma tentativa de invasão do vestiário tricolor por parte de atletas do Tigre, e que os seguranças do São Paulo teriam apenas bloqueado a entrada e defendido os jogadores. Ele negou também que houvesse alguém armado entre os seguranças.
O major Gonzaga confirmou a confusão nos vestiários e disse que a polícia foi chamada para apartar a briga, desmentindo o fato de que os PMs teriam usado de violência ou sacado armas. Segundo ele, eram cerca de 10 a 12 funcionários do São Paulo enfrentando o time inteiro do Tigre em uma briga "generalizada".
Em entrevista ao canal Fox Sports da Argentina, jogadores e membros da comissão técnica do Tigre exibiram marcas pelo corpo e sangue nas paredes. Segundo eles, a área interna foi liberada para que os seguranças pudessem ter acesso ao vestiário dos visitantes, onde permaneceram por 15 minutos até que a confusão terminasse. O assistente de campo, Jorge Borrelli, exibiu um corte no rosto, enquanto o goleiro Damián Albil mostrou uma marca de agressão na altura do peito e disse ter recebido golpes de cassetete.
"Fui um dos últimos a entrar no vestiário. Quando cheguei, já estavam brigando. É uma coisa que me surpreende, na verdade. O São Paulo estava jogando bem, ganhando o jogo, qual é a necessidade disso?" disse o goleiro à Fox Sports, relatando também o momento em que um segurança sacou uma arma e apontou para seus companheiros.
O gerente de futebol do clube, Sergio Massa, afirmou que o consulado da Argentina já foi acionado.
"Eram vinte policiais armados. Já acionamos o consulado argentino para providenciar segurança para o elenco e torcida. A verdade é que hoje fomos vítimas de um dos momentos mais vergonhosos do futebol brasileiro. Quando apelam para atitudes como esta, são apenas dignos de pena," afirmou Massa.
O dirigente disse ainda que o clube irá entrar com uma representação na Conmebol contra o São Paulo e que espera contar com o apoio da AFA, a Federação Argentina.
Conversando com a imprensa brasileira, João Paulo de Jesus Lopes relatou que o São Paulo teria sofrido com a "calorosa recepção" do Tigre no primeiro jogo da final, tendo inclusive tido um membro da comissão técnica empurrado escada abaixo ao tentar chegar ao gramado da Bombonera para iniciar o reconhecimento quando os atletas do Tigre ainda estavam lá. Ele disse que o vestiário de visitantes do Morumbi foi totalmente depredado, e que tudo isto será relatado na delegacia.
Sobre as reclamações do Tigre a respeito de não terem tido acesso ao gramado para o aquecimento, o dirigente afirmou que nunca é permitido que nenhuma equipe faça seu trabalho pré-jogo no gramado, uma medida usada para preservar o mesmo. Ele ainda se queixou do fato de que os argentinos somente liberaram os ingressos do São Paulo no jogo de ida com seis horas de antecedência à partida, ressaltando ainda a violência dentro de campo.
O presidente Juvenal Juvência preferiu ironizar as queixas.
"Eles já estavam com a língua de fora, com 67 mil pessoas na arquibancada. No segundo tempo iriam tomar uma goleada, iria ficar feio. Resolveram ir embora. Nós vamos comemorar duplamente: a fuga dos argentinos é a nossa vitória maiúscula," afirmou.
Um dirgente da Conmebol confirmou que não existe possibilidade de contestação do título são-paulino, mas que a entidade irá pedir relatos de toda a confusão às autoridades responsáveis e ouvir as versões da história para analisar a ocorrência.