Ônibus do Tigre no DHPP, em São Paulo
(Foto: Diego Ribeiro / globoesporte.com)
Membros da delegação do Tigre prestaram queixa no DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro de São Paulo, contra os seguranças do Tricolor, após a decisão da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira à noite, no Morumbi. Eles alegam terem sido agredidos e afirmam que alguns dos funcionários do clube paulista portavam armas de fogo. Três jogadores, inclusive, passaram por exame de corpo de delito: o goleiro Albil, o lateral Orban e o volante Galmarini, que teve um corte na testa e precisou tomar três pontos.
A diretoria do São Paulo nega as acusações. Pouco antes da queixa do Tigre, seguranças do Tricolor foram ao 89º DP e registraram um boletim de ocorrência acusando os jogadores do Tigre de os terem agredidos. O caso será investigado.
No total, seis integrantes da delegação do Tigre, entre jogadores e comissão técnica, prestaram depoimento no DHPP, além do presidente do clube, Rodrigo Molinos, e do manager, Sérgio Massa. O ônibus deixou o DHPP por volta das 3h, com destino ao hotel onde o time argentino está hospedado em São Paulo, na região do Morumbi, mas os jogadores que prestavam queixa permaneceram na delegacia e provavelmente seguirão numa van direto para o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, já que o voo de volta a Buenos Aires está marcado para as 8h.
Por conta da confusão no vestiário do Morumbi, durante o intervalo do jogo, os atletas do Tigre se recusaram a voltar a campo para o segundo tempo, e o árbitro chileno Enrique Osses decretou o fim da partida. O São Paulo, que vencia por 2 a 0, conquistou, assim, o título da Copa Sul-Americana.
Dirigentes do Tigre afirmam que não pretendem pedir a anulação da partida, mas que prestarão queixa contra o São Paulo na Associação de Futebol Argentina (AFA), que, por sua vez, encaminhará a reclamação à Conmebol. Os dois times estão classificados para a Libertadores (o Tricolor ainda precisará passar pelo qualificatório) e podem se encontrar no torneio.
O ônibus do Tigre deixou o Morumbi por volta de 1h30, mais de duas horas depois de o árbitro ter decretado o fim do jogo. Eles deixaram para trás um rastro de destruição. Parte do mobiliário do vestiário foi destruída. Funcionários do São Paulo afirmam que alguns pedaços de madeira do mobiliário foram usadas pelos argentinos como armas. Havia muitas marcas de sangue na parede.
Vestiário do Tigre foi destruído e ficou com marcas de sangue (Foto: Marcelo Prado/Globoesporte.com)
A confusão se deu no intervalo de jogo, ainda no campo, logo após o fim do primeiro tempo, quando o atacante Lucas passou pelo lateral-esquerdo Orban oferecendo a ele, de forma irônica, o chumaço de algodão que estancava o sangramento em sua narina direita. Lucas havia sido atingido pelo argentino pouco antes.
Jogadores do Tigre revoltados no vestiário (Foto: Miguel Schincariol / Agência Estado)
Não demorou para que jogadores do Tigre cercassem o camisa 7 do São Paulo. A confusão foi generalizada. Revoltados com a provocação – e, claro, com a derrota na bola -, os argentinos partiram para cima dos são-paulinos e por pouco não invadiram o vestiário do time da casa. Policiais precisaram intervir e, segundo jornalistas argentinos, houve confronto da PM com os jogadores. O técnico Nestor Gorosito, em entrevista à ESPN Argentina, acusou os policiais de terem ameaçado seus jogadores com armas de fogo. Ele chamou os jogadores do São Paulo de "cagões" e afirmou que "só se garantem com os policiais". Ao canal Fox Sports, o volante Galmarini afirmou:
- Não queria que terminasse da maneira que terminou. Estou triste por acabar assim, sendo ameaçado com um cassetete e um revólver.
Confusão em campo, no jogo entre São Paulo e Tigre (Foto: Agência Reuters)